Jornal do Comércio
Técnicos da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha de Pernambuco (Semas-PE) e da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) fizeram, nesta quarta-feira (7), uma busca ativa no Litoral Sul pernambucano, por helicóptero e barcos. O trabalho foi realizado para identificar possíveis manchas no mar, que poderiam indicar a presença do fenômeno conhecido como Maré Vermelha - caracterizado pelo excesso de algumas espécies de algas no mar que soltam toxinas.
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No último dia 31 de janeiro, casos de intoxicação de pessoas que frequentaram praias localizadas no município de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco, começaram a ser notificados ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (CIEVS/PE). Até o último domingo (4 de fevereiro), foram registrados 338 casos de pessoas com sintomas associados à maré vermelha. As pessoas que procuraram as unidades de saúde com manifestações associadas à maré vermelha relataram cefaleia (dor de cabeça), mal-estar, dor no corpo, náusea, dor abdominal, vômitos, irritação nos olhos, na garganta e nas narinas, assim como manifestações na pele, com contato direto ou indireto com o mar.
Após análises das amostras de água do mar coletada em Tamandaré e outros municípios do Litoral do Estado, "os técnicos não localizaram indícios de manchas em nenhum dos municípios vistoriados - Recife, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Sirinhaém, Rio Formoso, Tamandaré, Barreiros e São José da Coroa Grande", garante, em nota conjunta publicada nesta quarta-feira (7), a Semas-PE e CPRH.
Os resultados das análises das amostras de água do mar (coletadas em oito praias do Litoral do Estado nos dias 31 de janeiro, 1º, 2 e 6 de fevereiro) foram divulgados pelo laboratório da CPRH em reunião nesta quarta-feira (7). Participaram do encontro representantes da Semas-PE, CPRH, Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de Pernambuco (Apevisa/SES-PE) e da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Pesca (SDAAPP-PE).
Não foram indicadas, segundo a análise, novas florações ou continuidade do fenômeno maré vermelha, no período monitorado, nas oito localidades. "No entanto, os agentes ambientais confirmam a ocorrência da maré vermelha entre os dias 26 e 30 de janeiro, com base na identificação das manchas de floração associadas aos relatos oficiais dos sintomas apresentados pela população", frisa a nota dos órgãos estaduais.
Com relação ao número de casos suspeitos em Tamandaré, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) acompanha a ocorrência desde o dia 26 de janeiro. No total, 338 pacientes foram identificados como casos suspeitos. No período de 26 a 30 de janeiro, foram 278 casos. Já entre 31 de janeiro e 4 de fevereiro, foram registrados 60 casos.
Os demais municípios não notificaram oficialmente à SES-PE
"Embora as análises ambientais indiquem o fim dos eventos de floração já detectados, não fica descartada a possibilidade de novas ocorrências no litoral, tendo em vista a historicidade do fenômeno, conhecido popularmente como “Tingui”, em Pernambuco, pelo menos desde a década de 1940", destaca a nota.
O comunicado da Semas-PE e da CPRH ainda acrescenta que "não há, neste momento, orientação para evitar a ida à praia ou o banho de mar, salvo se a população identificar manchas associadas a fortes odores". Caso sejam identificadas essas situações no período de Carnaval, a população pode entrar em contato para comunicar a ocorrência pelo 81 3184-0192 (prontidão Ciocs). No período pós-carnaval, deve ser feito contato com a Ouvidoria da CPRH, através do 81 3182-8923 ou ouvidoriaambiental@cprh.pe.gov.br .
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