Redação
Mais de 90 municípios alagoanos e 54 secretários municipais de Educação atenderam ao convite da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) para participar do Seminário Juntos pela Inclusão, iniciado nesta quarta-feira (20), no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Poço. O evento acontece até esta quinta-feira (21), das 8h às 17h30.
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Estudo realizado pela Supervisão de Educação Especial da Seduc, em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no primeiro semestre deste ano, tendo como base dados do IBGE 2010 e Censo Escolar 2015, aponta que 90% dos mais de 12 mil estudantes alagoanos matriculados na educação especial nas redes públicas estão nos municípios. Entretanto, menos da metade destes alunos são efetivamente atendidos nos centros especializados e salas de recursos. Este cenário foi determinante para a realização do seminário.
Presente ao evento, o secretário executivo de Gestão Interna da Seduc, Sérgio Caldas Newton, destaca a importância do evento. “O Estado já desenvolve atividades voltadas à educação especial e continuará com ações direcionadas à capacitação dos profissionais que realizam o atendimento deste público, além de melhorar a estrutura física dos centros. Este seminário é muito importante no sentido de promover uma articulação entre a Secretaria e os municípios, visando incluir e melhorar a oferta da educação especial”, avalia.
Inclusão - A supervisora da Educação Especial da Seduc, Ana Paula Narciso, comemora a participação dos municípios no evento e estima que o encontro resulte em avanços efetivos na estruturação e expansão da educação inclusiva.
“Nosso principal propósito aqui é promover uma sensibilização acerca da importância deste atendimento. Não basta matricular alunos surdos e cegos. É preciso também disponibilizar intérpretes de Libras e material em Braille. Só assim se promove efetivamente a inclusão”, destaca a supervisora. Durante o seminário, serão apresentados os estudos e as experiências exitosas de municípios que já disponibilizam centros de atendimento.
Ana Paula explica ainda que a proposta inclusiva consiste em ativar as mais de 500 salas de recursos das redes municipais alagoanas estruturadas pelo Ministério da Educação (MEC), capacitar as equipes e contratar profissionais específicos para atender esta demanda.
“Mesmo sem alunos com deficiência, estas escolas com salas de recursos são consideradas polos e deverão atender estudantes de outras escolas e até de outras redes”, explica a responsável pela educação especial da Seduc.
Referências - Quatro secretarias municipais (Semeds) em Alagoas saíram na frente e já disponibilizam centros de atendimento em educação especial: Arapiraca, Campo Alegre, Teotônio Vilela e Maceió. Este último, por meio de convênios com diversas instituições.
Em Campo Alegre, foi inaugurado no final do último semestre o Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado Padre Cícero Romão Batista, construído com recursos próprios, e que, hoje, atende 67 crianças. Além disto, o município dispõe de salas de recursos em cinco das suas 22 escolas, beneficiando mais 141 estudantes, e 47 alunos especiais em sala nas escolas regulares, todos acompanhados por cuidadores.
Para a secretária de Educação de Campo Alegre, Neide Granja, é preciso buscar a sensibilidade e compromisso dos gestores para a causa. “É preciso focar na necessidade destas crianças, que, muitas vezes, são omitidas pelas próprias famílias. É preciso sensibilidade, vontade e compromisso”, considerou a secretária.
Sua coordenadora de Educação Especial, Gilvânia da Paz, fala da experiência do Centro Cícero Romão. “O Centro abriu as portas da educação e da sociedade para os estudantes e também para os profissionais que desenvolvem este trabalho. Hoje, as pessoas compreendem a importância do serviço”, completa.
A mesma visão foi compartilhada pelo professor da rede municipal e um dos palestrantes do evento, Jorge Fireman. Em sua palestra, ele abordou as políticas públicas voltadas para a pessoa com deficiência.
“É preciso ter vontade política e administrativa e, por isso, que eventos como este são importantes, pois promovem uma sensibilização e articulação com as autoridades. Não é possível termos inclusão sem o apoio da gestão”, frisa o professor.
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