Revista Veja
O maior iceberg do mundo, conhecido como A23a, voltou a se movimentar pelo Oceano Antártico após meses parado girando no mesmo ponto, informou o Serviço Britânico Antártico (BAS, na sigla em inglês), na sexta-feira, 13.
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Com uma área de 3.672 quilômetros quadrados — o que equivale a mais que o dobro da cidade de Londres, na Inglaterra — e um peso de quase um trilhão de toneladas, o mega-iceberg tem sido monitorado de perto desde que se desprendeu da plataforma de gelo Filchner-Ronne, na Antártida, em 1986.
Por mais de 30 anos, o A23a permaneceu encalhado no fundo do Mar de Weddell. Cientistas acreditam que ele só conseguiu se mover após perder volume suficiente para se liberar do solo marinho.
Desde então, o iceberg foi levado por correntes oceânicas até se prender novamente em uma coluna de Taylor – uma espécie de redemoinho causado pelo impacto das correntes contra montanhas submersas. Agora livre, os especialistas preveem que o grande bloco de gelo continuará sua rota em direção a águas mais quentes, principalmente perto da ilha remota de Geórgia do Sul, no Oceano Atlântico, deve se fragmentar e derreter.
Iceberg A23a
Segundo os pesquisadores, a origem do A23a está relacionada ao ciclo natural de crescimento da plataforma de gelo, sem impacto direto no aumento do nível do mar. No entanto, o fenômeno serve de alerta para as transformações provocadas pelas mudanças climáticas na Antártida, com consequências potencialmente graves para os oceanos globais.
Ao longo das últimas décadas, os cientistas têm aproveitado a jornada do iceberg para estudar sua erosão e o impacto das massas de gelo nas correntes oceânicas e no ciclo global de carbono e nutrientes.
Embora o A23a tenha detido o título de maior iceberg várias vezes desde os anos 1980, ele foi superado por icebergs maiores, como o A68, em 2017, e o A76, em 2021.
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