O Natal pode até parecer o momento ideal para histórias tradicionais, mas quando se trata das peças escolares, o elenco dos presépios anda se tornando cada vez mais... criativo. Em uma cena famosa do filme Simplesmente Amor (2003), a filha de Emma Thompson anuncia que interpretará uma "lagosta" na peça de Natal da escola, o que pareceu absurdo na época. Mas, para os pais de 2024, situações similares estão longe de ser incomuns, com crianças sendo escaladas para papéis inusitados, como portas e até larvas.
Recentemente, a escritora Emma Szewczak se surpreendeu ao receber um e-mail da escola informando que sua filha foi selecionada para interpretar uma “porta” na peça religiosa de Natal. O comunicado, que Emma compartilhou no X (anteriormente conhecido como Twitter), anunciava: “Estamos ansiosos para ver tudo acontecer e sabemos que seu filho também ficará animado! Seu filho foi escalado como uma porta. Este papel será interativo.”
Ainda segundo a mensagem, os pais poderiam criar a fantasia em casa, usando papelão e barbante para moldar uma porta que a criança vestiria como uma estrutura de sanduíche. Com o prazo de entrega do figurino até 25 de novembro, Emma expressou seu choque e comentou, em tom de brincadeira: “A temporada de Natal está chegando! Meu filho foi escalado como um homem sábio. Minha filha, por outro lado…” e ainda chamou a atenção de Bridget Phillipson, Secretária de Estado da Educação do Reino Unido, dizendo que a escalação peculiar de sua filha refletia a superlotação nas escolas.
A postagem gerou um debate divertido entre os pais, que compartilharam histórias de elencos igualmente excêntricos. Uma mãe comentou: “Minha filha foi um dos três reis só porque era uma das mais altas da classe. Já meu filho estudou em outra escola e foi escalado como cowboy.” Outro pai brincou sobre o papel de “floco de neve” atribuído ao filho, questionando a relevância de neve em Belém.
Alguns casos se destacam pelo tom humorístico, mas também pelo desconforto das crianças. Um pai relatou: “Meu filho foi escalado para interpretar uma larva. Ele chegou em casa chorando, acho que porque os colegas zombaram dele. Conversei com a escola e, felizmente, trocaram o papel e até removeram o papel de verme da peça.”
Essas encenações refletem a tentativa das escolas de incluir todos os alunos, mesmo que isso signifique sair do enredo tradicional do presépio. Entre os personagens mais inusitados que os pais mencionaram nas redes sociais estão o “dorso de um camelo” e um “pedaço de azevinho em uma coroa do Advento”.