Eberth Lins e João Victor Souza
Presa suspeita de envolvimento na morte do filho Rhaniel Pedro, Ana Patricia, de 37 anos, apresenta, de acordo com a Polícia Civil, um perfil psicológico frio e perigoso. A mulher, segundo os delegados, pesquisou sobre homicídio, pornografia, violência sexual contra crianças e formas de desovar o corpo antes do dia 12 de maio, quando o menino foi morto. "A gente estava acreditando que as informações dela seriam verdadeiras", lamentou o delegado Ronilson Medeiros sobre a mãe.
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De acordo com o delegado Bruno Emílio, que esteve à frente do inquérito, o buscador do Youtube mostrou que Ana Patrícia assistiu a vídeos sobre homicídios, estupros e pornografia infantil. Ao todo, foram 78 pesquisas de cunho pornográfico envolvendo adolescentes e idosos, além de 46 sobre estupros e homicídios. "Já demonstra uma predisposição da mãe para cometer o tipo de crime", relatou Bruno Emílio.
O delegado Ronilson Medeiros, coordenador da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que também acompanhou o caso, contou que Rhaniel era espancado dentro de casa. "Existem relatos de que ela já teria espancado o menino antes. Inclusive, a mãe dela, avó do menino, teria intervindo certa vez porque a mãe não conseguia parar com o espancamento", disse.
Simulação de tentativa de suicídio - Também durante a coletiva de imprensa que detalhou o desfecho do caso, nesta segunda-feira (22), a polícia destacou que Ana Patrícia simulou uma tentativa de suicídio. "Simulou uma tentativa de suicídio e foi levada ao HGE. Lá ela passou por exames e nenhuma substância que ela disse ter ingerido foi encontrada no sangue dela", destacou Medeiros.
Simulação de estupro - A polícia também revelou que Ana Patrícia participou ou acompanhou a simulação de um estupro contra o menino, isso porque foi introduzido algum material no ânus do garoto, possivelmente, após a morte, para dar a entender que o Rhaniel foi estuprado e morto a caminho do reforço escolar. "Na parte externa do preservativo [encontrado próximo ao corpo do menino em um terreno abandonado no bairro Clima Bom] havia material do Rhaniel e na parte interna não havia material de ninguém, o que nos leva a acreditar que o preservativo foi colocado em algum objeto", explicou o delegado.
Inscrição em Reality Show - Ainda de acordo com o que foi colhido nas investigações da polícia, a mãe de Rhaniel, Ana Patrícia, chegou a se inscrever em um reality show após a morte do filho, na tentativa de se aproveitar da comoção pela perda da criança.
Casamento em cartório - Após a prisão de Vitor Oliveira, o padrasto de Rhaniel, em junho deste ano, Ana Patrícia começou a gravar vídeos e fazia declarações em defesa dele, sempre no intuito de protegê-lo. A atitude chamou a atenção dos delegados. Na última semana, Ana Patrícia buscou oficializar o casamento com ele no cartório. "O objetivo [do casamento] era somente para ter relações sexuais dentro do presídio", disse Ronilson Medeiros.
Pedido de prisão domiciliar - Na última sexta-feira (19), após ser presa, Ana Patrícia chegou a informar à Polícia que iria protocolar um pedido de prisão domiciliar por estar grávida, porém a história foi desmentida pela própria irmã dela, que contou que ela é operada e não pode ter mais filhos..
Venda de bola recebida em homenagem - A mãe de Rhaniel vendeu a bola que recebeu de presente durante a homenagem para o menino na final do Campeonato Alagoano deste ano. Segundo a polícia, ela cobrou R$ 1,5 mil para comercializar o item simbólico, o que fez as autoridades perceberem que a mãe não tinha muito apego pelo garoto.
Dias após a morte de Rhaniel, Ana Patrícia participou da homenagem realizada antes de a bola rolar no primeiro jogo do Clássico das Multidões entre CSA e CRB, pela final do Alagoano. À época, os jogadores do CSA entraram em campo com uma faixa e uma foto do garoto, que era torcedor declarado do Azulão. Ao final do jogo, a Federação Alagoana de Futebol entregou a bola da partida para a mãe da vítima.
Ana Patrícia, o companheiro dela, Vitor Oliveira, de 28 anos, e o cunhado, Vagner Oliveira, de 28 anos, foram indiciados por homicídio qualificado e estão detidos no sistema prisional de Alagoas.
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