"Likes" de fotos e troca de confidências podem ser "microtraições"

Publicado em 31/07/2018, às 18h50

Redação

O impacto negativo das redes sociais só poderá ser medido com precisão a médio prazo, quando as gerações que existem dentro delas de maneira ininterrupta puderem, enfim, servir como base de estudo, mas o estrago que plataformas como Instagram e Facebook exercem sobre os relacionamentos já dá sinais.

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A vida virtual tem tanto poder de estremecer um namoro ou casamento que especialistas cunharam recentemente um termo específico para falar de infidelidade neste universo online: microcheating, ou microtraições. 

São situações em que o parceiro toma atitudes aparentemente inofensivas, mas que poderiam ser consideradas como adultério em pequena escala caso a outra parte viesse a ficar sabendo.

É o caso, por exemplo, do namorado que enche de likes o perfil de uma colega de trabalho —de preferência nas fotos mais picantes. Ou mesmo quando um dos dois confidencia todos os problemas do relacionamento em mensagens a uma pessoa por quem há um eventual desejo, criando uma atmosfera de intimidade, acolhimento e sedução.

O terreno é escorregadio e gera polêmica. Para a psicanalista e escritora Regina Navarro Lins, o microcheating seria a alternativa que os casais encontram para se libertar da relação, ainda que não definitivamente. "Podemos dar o nome que for, mas essa atitude só reforça que as pessoas estão querendo sair de uma jaula", afirma.

"Quando elas não têm meios práticos, arrumam meios imaginários para viver aquela fantasia. Não se pode acreditar que é possível juntar segurança, estabilidade e a vontade de ver série abraçados no sofá ao frio na barriga. Isso é incompatível".

Lins defende que a principal reflexão levantada pelo microcheating seja no hábito de conectar sexualidade e fidelidade, quando, segundo ela, nem sempre os dois conceitos conseguiriam andar de mãos dadas. "O amor romântico sustenta essa ideia de amor exclusivo.

Ele prega a fusão e que quem ama não tem tesão por mais ninguém. Daí, quando a outra parte descobre, fica com a certeza de que não é amada".
Mas será que dá para ser só um pouquinho infiel? "Não existe meia infidelidade; ou a pessoa é confiável ou não é", responde a psicóloga e coach Adriane Amaral.

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