Justiça

Justiça determina suspensão de perfil usado por Verolayne e cobra pagamento de multa

| 23/08/24 - 17h08
A influenciadora Verolayne voltou a ter o perfil suspenso na rede social | Foto: Reprodução / Instagram

A Justiça de Alagoas determinou a suspensão de outro perfil da influenciadora Verolayne, no Instagram, pelo prazo inicial de 10 dias. A decisão foi tomada pela 17ª Vara Criminal, nessa quinta-feira, 22, que determinou ainda o pagamento de R$ 17 mil. 

A conta oficial de Verolayne está fora do ar e a 17ª Vara Criminal determinou agora a suspensão do perfil '@mylaverolayne'. No Instagram, a descrição da conta diz: 'Instagram da Myla, a mamãe tá usando temporariamente enquanto a conta oficial @verolayne não volta'. O perfil é fechado, mas segue no ar até o final da tarde desta sexta-feira. 

O novo andamento processual foi publicado pela Justiça no Diário Eletrônico. Leia o resumo abaixo

"DETERMINAMOS: 1. A suspensão, pelo período inicial de 10 dias, do perfil @mylaverolayne na rede social instagram; 2. A Intimação dos investigados Mylena Verolayne Santos Correia da Silva e Willams dos Santos Correia Júnior, a fim de que em 10 dias, possam efetuar o depósito do montante equivalente à R$ 17.196,48 (dezessete mil, cento e noventa e seis reais e quarenta e oito centavos), na forma disposta na representação policial de fl . 398. Providências finais: Inclua-se o feito na pauta de audiências do dia 30 de agosto de 2024, às 09:00 horas, intimando a investigada e seus advogados. Expeça-se ofício à empresa Meta, a fim de que suspenda imediatamente o perfi l @mylaverolayne na rede social instagram. Cumpra-se. Maceió , 22 de agosto de 2024. Juízes Integrantes da 17ª Vara Criminal da Capital".    

Investigada na operação “Game Over”, a influenciadora digital Myla Verolayne recuperou parte dos bens que foram apreendidos na ação policial, que ocorreu em junho deste ano. Nas redes sociais, no dia 14 deste mês, ela compartilhou diversos vídeos, no perfil reserva, nos quais comemora o fato de estar com os itens novamente.

Delação premiada - No entanto, apesar da celebração divulgada no Instagram, a recuperação dos bens só foi possível por meio de uma “delação premiada”, instrumento da Lei de Organizações Criminosas.

O delegado Lucimério Campos afirmou que, naquela fase da investigação, a influencer fechou um acordo, no qual confessou a prática dos crimes - entre eles o de estelionato - depois de promover o jogo de azar, conhecido como “Jogo do Tigrinho” (Tiger Fortune). A influencer concordou em entregar parte do patrimônio para ressarcir o Estado e também em compor um fundo que vai ressarcir as vítimas que perderam dinheiro com a jogatina, promovida vários influenciadores  investigados.

O acordo foi homologado pela 17ª Vara Criminal da Capital, que contou com o parecer favorável do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Estado de Alagoas. 

Operação Game Over - Realizada em junho deste ano, a operação “Game Over” apreendeu carros, lancha e outros bens de influenciadores em Maceió, suspeitos de promover o jogo de azar, conhecido como "Jogo do Tigrinho". A decisão dos mandados foi expedida pela 17ª Vara Criminal. Segundo a polícia, também foram apreendidos bens das pessoas que assessoram os influencers.

As investigações duraram oito meses. De acordo com o delegado Lucimério, os eles estavam cometendo o crime de estelionato ao divulgar o ‘Jogo do Tigrinho’ para seus seguidores. Ao todo foram R$38 milhões em bens apreendidos. 

Em desdobramento posterior da primeira fase da operação 'Game Over', a Polícia Civil divulgou cinco áudios interceptados de influenciadores de Alagoas, nos quais os 'influencers' recomendam que pessoas gravem vídeos para o Instagram, forjando que estavam jogando e faturando no 'Jogo do Tigrinho'. 

Segundo a Polícia Civil, cada influenciador que fecha um acordo de publicidade com a plataforma recebe uma ‘conta demo’, que serve para simular os ganhos reais e “provar” a veracidade das apostas. As imagens divulgadas mostram a jogatina rendendo muito dinheiro ao jogador. 

Durante a investigação, a polícia teve acesso a uma conta de teste. Sem realizar nenhum depósito, após apenas algumas rodadas o saldo nesta conta já era de mais de R$158 mil. No entanto, não era possível sacar o valor.