Justiça de Minas Gerais decreta prisão de imediata de Azeredo

Publicado em 22/05/2018, às 15h08

Redação

Por 5 votos a 0, o último recurso do ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) para evitar a prisão foi negado pela 5ª Câmara do TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) nesta terça-feira (22). O tucano foi condenado a 20 anos e um mês de prisão pela sua participação no esquema que ficou conhecido como mensalão mineiro.

LEIA TAMBÉM

No início da sessão da 5ª Turma, o relator Júlio Cesar Lorens rejeitou os embargos e votou pela decretação da prisão imediata do ex-governador. Ele foi acompanhado pelo revisor, desembargador Alexandre Victor de Carvalho, que seguiu o voto pela prisão imediata, alegando a decisão nesse sentido proferida pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Logo depois, o voto foi proferido pelo desembargador Pedro Vergara pela expedição de prisão imediata.

O desembargador Adilson Lamounier disse, em seu voto, que não houve omissão no julgamento, conforme alegou a defesa do tucano, e votou pela decretação imediata da prisão, acompanhando os votos do relator e do revisor.

Último a votar, o desembargador Fernando Caldeira Brant, manteve o entendimento dos desembargadores, e votou pela prisão imediata.

Neste momento, a corte examina pedido do advogado do ex-governador, Castellar Neto, solicitando que a decretação de prisão fosse feita somente após a publicação do acórdão. Castellar Neto alega que seu cliente ainda tem direito aos "embargos dos embargos".

A reportagem doUOLentrou em contato com a assessoria de imprensa de Eduardo Azeredo, mas foi informada de que ainda não havia um posicionamento sobre se o tucano iria se entregar ou não.

Em 2017, o político foi condenado em segunda instância pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Ele foi acusado pelo MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais) de ter participado de um esquema que desviava recursos públicos de empresas estatais mineiras por meio de contratos publicitários para abastecer o caixa dois da sua campanha à reeleição como governador de Minas Gerais em 1998. Na ocasião, Azeredo perdeu a eleição. Ele nega  envolvimento no esquema.

Após sua condenação, o TJ-MG deixou claro que o mandado de prisão contra Azeredo poderia ser expedido após o esgotamento de todos os recursos possíveis em segunda instância. Em tese, os embargos julgados nesta terça-feira seriam os últimos recursos neste grau à disposição da defesa do político. Na semana passada, a PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) de Minas Gerais pediu a prisão de Azeredo caso seus recursos fossem rejeitados.

Caso se arrasta há 11 anos

O processo contra Azeredo se arrasta na Justiça há 11 anos. Ele foi denunciado pela primeira vez em 2007, pela PGR (Procuradoria-Geral da República), quando ainda era senador e tinha foro privilegiado.

Em 2014, quando os procuradores pediram sua condenação ao STF (Supremo Tribunal Federal), Azeredo, que há época era deputado federal, renunciou ao cargo, perdendo o foro privilegiado e fazendo com que o processo recomeçasse da estaca zero.

Em 2015, Azeredo foi condenado em primeira instância.

Sua sentença foi mantida em 2017. A defesa do político disse que pretende recorrer para evitar que ele seja preso.

Na última sexta-feira (18), seus advogados impetraram um habeas corpus com pedido de liminar solicitando um salvo-conduto para impedir sua prisão caso o TJ-MG rejeitasse seus recursos nesta terça-feira. 

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Justiça condena homem que chamou artista de 'traveco' em post de casa de shows, em Maceió Justiça proíbe condomínio de usar galinhas contra praga de escorpiões Justiça manda indenizar mulher que contraiu HPV após traições do ex-marido STF nega liberdade condicional a ex-deputado Daniel Silveira