Julgamento põe Luiz Pedro e pai de Carlos Roberto frente a frente

Publicado em 23/09/2015, às 13h40
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Redação

Julgamento coloca Luiz Pedro e pai de vítima frente-a-frente (Crédito: TNH1)

A oitiva para ouvir as testemunhas solicitadas pela acusação do julgamento do ex-cabo Luiz Pedro da Silva, acusado do homicídio de Carlos Roberto, em 2004, aconteceu na manhã desta quarta-feira, 23, de Maceió.

O último ouvido foi o pai da vítima, Sebastião Pereira, que logo após a leitura dos depoimentos prestados por ele à Justiça solicitou ao juiz Jonh Silas para fazer um apelo. Emocionado, ele dirigiu-se diretamente ao réu.

“Gostaria de pedir, pelo amor de Deus, ao réu Luiz Pedro da Silva, que diga onde está o corpo do meu filho para que eu e minha família possamos enterrá-lo. Meu neto, filho do Beto [Carlos Roberto] me pede todos os dias para que eu ache o corpo do meu filho. Ele me diz: ‘Eu vejo meu pai na televisão e acho ele tão bonito’”, disse o pai da vítima, já em lágrimas.

O depoimento seguiu em tom emocionado, onde Sebastião respondeu as perguntas feitas pelo promotor Carlos Davi e do advogado de defesa, José Fragoso.

O irmão da vítima, também presente no plenário, rebateu a acusação feita pelo advogado de defesa, José Fragoso, que disse que o crime teve ligação política. “São 11 anos de sofrimento, que a gente vem passando, e está scutando que tem política envolvida. Mas meu pai é um vitorioso de chegar até aqui. Quando se trata de político no Brasil é a maior burocracia e ele [o pai] conseguiu chegar até o julgamento”, disse.

A sessão foi interrompida para o almoço, quando o réu conversou com o repórter do programa Fique Alerta, da TV Pajuçara, Alberto Lima, e afirmou que não deve nem teme condenação, já que se declara inocente das acusações.

O ex-deputado aproveitou a oportunidade e acusou o pai da vítima de assassinato. “É difícil a situação dele que é o pai. Ele já matou também. Matou o próprio irmão com seis tiros em São Sebastião. Não sei nem se você sabia disso”, disse Luiz Pedro.

Para o juiz Jonh Silas, que preside o julgamento, tudo pode acontecer até o final da sessão do júri. Ele explicou que o próximo passo é ouvir as quatro testemunhas restantes, desta vez arroladas pela defesa. O magistrado disse ainda que o julgamento deve durar dois dias e deve acabar amanhã à tarde.


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