Redação
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Na quinta-feira (25), o juiz substituto da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, Ricardo Augusto Soares Leite, determinou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fique proibido de deixar o país e que entregue o passaporte à Polícia Federal. Logo após a decisão, o ex-presidente cancelou uma viagem que faria nesta sexta à Etiópia.
A decisão de Leite atendeu a pedido do MPF (Ministério Público Federal), que viu risco de o ex-presidente fugir do país para escapar da condenação pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) no caso do tríplex no Guarujá (SP) e de responder a outros processos na Justiça.
O PT, partido de Lula, classificou a decisão de Ricardo Leite como "mais um episódio da odiosa perseguição judicial".
Esta não foi a primeira vez que o juiz federal de Brasília teve decisões criticadas.
Em maio do ano passado, Ricardo Leite determinou a suspensão das atividades do Instituto Lula, com o argumento de que a instituição poderia ser usada como "local de encontro" para a prática de crimes.
Ricardo Leite adotou a medida por iniciativa própria, sem ter havido pedido do MPF.
A decisão foi posteriormente revogada na Justiça, com parecer do MPF contrário à decisão de Leite.
Em 2015, procuradores do MPF pediram que o juiz Ricardo Leite fosse afastado dos processos da Operação Zelotes após o juiz negar pedidos de prisão e medidas da investigação feitos pelo MPF.
Na época, Leite disse atuar com independência.
A Operação Zelotes investiga a existência de um esquema de sonegação e corrupção no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) que teria beneficiado empresas privadas com a anulação de multas fiscais.
A reportagem do UOL tentou entrar em contato com o juiz Ricardo Leite, por meio da assessoria de imprensa da Justiça Federal, mas não obteve resposta até o momento.
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