Jovem morto por segurança no Rio sonhava em ser DJ e tinha filho de 6 meses

Publicado em 16/02/2019, às 10h32
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Redação

Aos 19 anos, Pedro Henrique de Oliveira Gonzaga, que morreu na quinta-feira (14) após levar uma "gravata" de um segurança de um supermercado da rede Extra, no Rio de Janeiro, deixou uma mãe em choque, um filho de seis meses e o sonho de se tornar um MC de fama nacional.

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Desde os 16 anos, Pedro tentava uma carreira como cantor de funk e rap, inclusive fazendo vários shows em casas noturnas. 

Os amigos lembram de Pedro, também conhecido como MC Petter Oliver, como alguém leal, sempre preocupado em ajudar e com muito amor pela música.

"Até agora, eu nem consegui entender por que o segurança fez isso, era um moleque muito bom", diz o produtor de eventos Matheus Oliveira, que conheceu Pedro Henrique em 2015.

"Eu tenho boas lembranças dele, do sorriso, sempre cantando, chamando a gente para a casa dele ouvir um som novo", disse o produtor.

De classe média, o jovem morava na Barra da Tijuca com a irmã, o padrasto e a mãe, Dinalva Santos de Oliveira, de quem era muito próximo e com quem estava no momento da tragédia. Já vivia no Rio de Janeiro havia muitos anos, mas ainda guardava o sotaque capixaba de sua terra natal, onde mora o pai.

VAIDOSO E NOVO PAI

A música unia Pedro e o amigo Rafael Costa. "A gente tinha projetos juntos, de eu ser o dj dele", conta. Também entregou que o colega era muito vaidoso e era como um personal stylist do grupo.

"Às vezes, a gente ia sair e ia para casa dele se arrumar. Se um amigo não tivesse uma blusa maneira, ele virava e simplesmente falava: você vai botar essa roupa aqui. Emprestava, não negava nada para ninguém. Era ciumento com as coisas deles, mas sempre emprestava", recorda o dj conhecido como Faell Kosta.

O jovem gostava de andar com correntes e tinha orgulho das várias tatuagens. No peito, veio uma especial: o nome do filho Lorenzo, que atualmente está com seis meses.

Pedro e a mãe do bebê, Julia Cardoso, de 18 anos, já não viviam juntos, mas ela destaca que o pai sempre estava próximo da criança e pagava uma pensão regular.

"Eu estou sem chão, sem saber o que fazer, como ele vai crescer sem pai? Ele sempre queria todo mundo unido, prezava muito pela família", afirma ela.

INTERNAÇÃO

Em um post nas redes sociais, a irmã de Pedro contou que ele vinha tendo alucinações e a família havia decidido interná-lo no município de Petrópolis, na região serrana do Rio. Já na delegacia, a informação passada pelo padrasto e por um amigo da família foi de que ele seria usuário de drogas e que iria para uma clínica de reabilitação. 

Um amigo confirmou à reportagem do UOL que ele vinha usando entorpecentes e também sofria de depressão. Antes da viagem à clínica, Pedro e a mãe passaram no mercado para comprar algumas coisas, onde ele sofreu um surto. Dinalva viu toda a ação e tentou convencer o segurança a soltar o filho. Em estado de choque, a mãe de Pedro ainda não conseguiu prestar depoimento.

O sepultamento do rapaz será hoje, no cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, zona oeste do Rio.

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