Adriano Alves / Folhapress
A Polícia Civil da Bahia investiga a morte de Hyara Flor Santos Alves, 14, na última quinta-feira (6) de Guaratinga (703 km de Salvador), no sul do estado. Ela foi encontrada caída no chão do quarto onde morava com o marido, da mesma idade -ele é o principal suspeito do crime e está foragido.
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Assim como o marido, a vítima fazia parte da comunidade cigana da região. Eles estavam casados havia 40 dias. O crime é investigado como feminicídio.
Também são procurados o pai dele e um terceiro suspeito. A polícia disse não saber informar se os três já apresentaram advogado. A polícia não divulgou o nome do terceiro suspeito, e o nome do adolescente e de seu pai não são revelados para preservar a identidade do menor de idade.
A adolescente estava com uma marca de bala no queixo e chegou a ser levada para o Hospital Municipal de Guaratinga, mas não sobreviveu.
Desde sexta-feira (7), a Polícia Civil tem ouvido testemunhas que estavam próximas à residência do casal, além dos familiares. Os laudos da perícia ainda estão em andamento.
Em nota, a Polícia Militar disse que a família havia relatado à equipe do hospital que o tiro teria sido acidental, mas os funcionários desconfiaram.
Ainda segundo a PM, os policiais foram informados de que o marido da vítima, o pai dele e um terceiro suspeito fugiram por uma estrada que dá acesso ao estado de Minas Gerais. Foram feitas buscas na divisa dos estados e em municípios vizinhos, mas os três continuavam foragidos até a tarde desta terça-feira (11).
Segundo a advogada Janaina Panhossi, que representa a família da vítima, foi o irmão mais novo do adolescente que gritou que ele teria matado a mulher.
"O clima é de desespero total. Eles [parentes da vítima] estão inconformados, contam que ela era uma menina muito boa e muito apegada com o pai", afirma a advogada.
Ainda segundo a advogada, o pai da vítima teve acesso a conversas no WhatsApp do casal que demonstrariam um tratamento frio do marido com vítima.
O caso ganhou repercussão na internet. A adolescente tinha mais de 18 mil seguidores no TikTok, onde compartilhava danças e a rotina de sua comunidade.
A autora de novelas Gloria Perez, 74, que já retratou a comunidade cigana na trama "Explode Coração" em 1995 e também teve a filha assassinada, compartilhou o caso no Instagram, cobrando justiça e se solidarizando com os pais.
"Não há quem não se comova e consiga entender seu desespero. Que nesse momento, os deuses lhe deem colo e equilíbrio para deixar a caçada nas mãos da polícia."
Em um vídeo no TikTok, o pai da vítima agradece pela comoção nas redes sociais e nega os boatos de que teria oferecido uma recompensa por quem localizasse o marido da vítima. "Eu quero justiça, isso sim".
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