JHC diz que é preciso desburocratizar para atrair novos investimentos

Publicado em 14/09/2016, às 19h35

Redação

O candidato João Henrique Caldas – JHC (PSB) encerrou a programação da Série de Entrevistas com os postulantes à Prefeitura de Maceió promovida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), com o apoio do Senac.

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Falando sobre uma gestão mais moderna, JHC falou que com criatividade e vontade é possível fazer as propostas se sobreporem à crise econômica. Questionado sobre como pretende fazer para desenvolver a difusão da Tecnologia da Informação em Maceió, JHC disse que a Constituição Federal acaba limitando a atuação pública. “A Constituição e o pacto federativo muitas vezes não permitem que a prefeitura gaste os recursos onde quer gastar, como é o caso da tecnologia. Existem ideias diferentes que podemos colocar em prática nesses novos ambientes modernos e que ajudam, num mundo competitivo e interativo, a vencer as barreiras da limitação no desenvolvimento”, expôs ao citar as startups apoiadas pela Prefeitura do Recife e o incentivo público de Brasília voltado à área de tecnologia. Ele pretende viabilizar recursos para dotar o polo tecnológico com a infraestrutura necessária.

O reaparelhamento da guarda municipal também foi citado por JHC. Segundo ele, cidades acima de 500 mil habitantes podem contar com o armamento da guarda, o que poderia contribuir com a diminuição da violência. “A guarda pode andar armada e fazer rondas, dar suporte à Polícia Militar, mas não será uma polícia judiciária. Hoje, 200 agentes já estão qualificados para o uso de armas e outros estão com capacitação em andamento. Temos um déficit de 2000 guardas; é preciso ampliar e fortalecer”, observou. Para ele, usar o videomonitoramento será uma forma de contribuir com o trabalho investigativo da polícia e reduzir a criminalidade. A criação de um Conselho de Segurança Municipal voltado à qualificação, orientação e controle da guarda, bem como para a punição dos excessos também faz parte de seu projeto, que vê a Guarda Municipal subordinada ao gestor como uma secretaria.

JHC afirmou que Alagoas foi o Estado que mais se desarmou, mas apesar disso registrou um aumento da violência. Para mudar esse cenário, o investimento em educação será fundamental. “Educação reflete em todas as áreas. Combater a violência, mas prevenir com educação, assistência social, políticas de emprego e renda e capacitar a população para ocupar postos de trabalho”, observou.

E o investimento na educação, segundo o candidato, deve iniciar com a mudança do atual modelo. Em sua visão, a educação deve ser inovadora e a tecnologia pode contribuir com esse processo. “O modelo atual precisa ser repaginado para apresentar resultados diferentes. Minha ideia é começar uma educação inovadora. De que forma? A Educação à Distância [EaD] como forma de diminuir custos e incentivar a nova geração. Implementar esse modelo através de software específico para que alunos se sintam estimulados e participem das aulas para que possamos melhorar o IDEB, que MCZ não alcançou”, falou, acrescentando que nas escolas municipais os alunos não terminaram o ano letivo passado. Currículo oculto e intercâmbio em escolas bilíngues também foram iniciativas citadas pelo candidato que espera “melhorar o índice através de educação inovadora”.

Sobre desenvolvimento econômico, JHC falou sobre a necessidade de desburocratizar para atrair novos investimentos, bem como ofertar a logística necessária e segurança jurídica para que as empresas. Assim, segundo defendeu, será possível gerar empregos, os quais seriam absorvidos por mão de obra qualificada ao se trabalhar a capacitação profissionalizante de jovens. "Precisamos trabalhar com os sistemas, melhorar esses ambientes como muitos países fazem, onde as pessoas fazem cursos profissionalizantes. Precisamos qualificar e capacitar para que esses postos de trabalho sejam ocupados por gente nossa", afirmou. O candidato criticou o aumento do ISS. “Aumentaram o ISS e, em contrapartida, a arrecadação diminuiu. Isso precisa ser avaliado. Prejudicou aqueles que estavam fazendo algo pela cidade, gerando empregos”.

No tocante ao saneamento básico, JHC disse que o retorno de investimento na Casal é de apenas 7%, apesar de se pagar caro pela prestação de serviço. Por isso, estudar o modelo de concessão e revisar o contrato com a Casal são alternativas para solucionar esse problema. Afirmou, ainda, que se eleito cobrará o retorno do investimento na Casal e, caso a prestadora não cubra a demanda, não hesitará em rescindir o contrato. O esgoto a céu aberto do Bairro do Benedito Bentes foi citado por ele como um dos responsáveis pela contaminação do lençol freático da região.

Em relação à saúde, a falta de medicamentos e o fechamento de postos foram criticados pelo candidato. “Faltam medicamentos para doenças crônicas. A população não tem acesso e, quando compram remédios, vemos serem jogados porque passaram do prazo de validade. Vamos investigar onde são investidos tantos recursos, que a gente sabe que tem, mas não vê melhoria no atendimento à população”, falou.

Para ele, que ressaltou ter um médico como vice de sua chapa, a saúde profilática é a melhor solução. “Saúde básica é profilática, preventiva. Isso evita que o cidadão vá parar numa maca e precise de procedimentos que acabam custando caro ao município. É preciso priorizar parcerias, expandir as UPAS. Não adianta abrir uma UPA e fechar três postos de saúde que existiam ao lado”, apontou o candidato, que também pretende aumentar o número de médicos e ampliar a cobertura do PSF.


Considerando que o esporte caminha ao lado da eduação, JHC falou que tem planejamento com educadores físicos. A ideia é possibilitar que estes profissionais estejam nos bairros da capital com ‘escolas abertas’, além de ampliar o número de ruas fechadas aos fins de semana como espaço para atividades lúdicas. Para ele, o esporte é uma forma de diminuir violência e gerar oportunidades para a juventude. “Temos jovens talentosos que não contam com o apoio da prefeitura. Às vezes é um apoio pequeno da prefeitura pode estimular os jovens atletas e fazer com que sirvam de exemplo para outras crianças. Identificar aqueles que podem ser potenciais atletas do futuro, e também os amadores. Temos projetos de atletismo e MMA”,  disse.


Em relação à periferia da capital, mais especificamente os bairros de Ponta Grossa, Vergel e Trapiche, JHC disse que tratará a questão da orla lagunar com seriedade, mas reconheceu que é impossível atuar na área com recursos próprios. Para ele, a área necessita passar por uma requalificação e ter novas habitações construídas, o que requer captação de recursos. “O que se precisa é fazer bons projetos e nós vamos ter que correr atrás dos recursos federais e também de investimento internacional para melhorar a qualidade de vida dos moradores daquela região”. Ele acrescentou que o entorno da lagoa precisa ser trabalhado também com a pavimentação das ruas que forem possíveis e com a reabertura de postos de saúde.


Antes da sabatina, a Fecomércio entregou a “Agenda Municipal – Compromisso com o Comércio da sua cidade”. O documento, que será entregue também aos prefeitos eleitos dos municípios alagoanos, sugere medidas de valorização dos comércios locais como forma de estimular o desenvolvimento. 

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