IV Mostra Quilombo de cinema inicia atividades no próximo dia 12

Publicado em 01/11/2022, às 14h31
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Assessoria

A IV Mostra Quilombo de Cinema Negro e Indígena promove neste sábado (12) a sua primeira sessão aberta ao público. A atividade será realizada às 17h, na Novo Jardim: Livraria e Café, no bairro Cidade Universitária, em Maceió. Na ocasião, serão exibidos gratuitamente seis curtas-metragens que integram a programação da Mostra, seguidos de uma mesa redonda sobre Cinema e Raízes Negras de Alagoas, com Hellen Cristina, Roseanne Monteiro e o prof. Dr. Aldemir Barros, que dirige o curta “Maninha Xukuru-Kariri”, uma das obras exibidas na atividade, em parceria com Celso Brandão. O evento, que aconteceria na semana passada (5) precisou ser adiado em virtude das fortes chuvas que caíram de forma inesperada em Maceió.

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Promovido pelo Mirante cineclube, a Mostra Quilombo é pioneira em Alagoas, e têm se fortalecido ano a ano, com a proposta de pensar o cinema como espaço de resistência, fortalecimento de pontes e celebração da diversidade, tendo como foco a contemplação de filmes realizados por pessoas negras e indígenas de todo o País. Neste ano, serão promovidas sessões abertas durante o mês de novembro e dezembro.

Outra novidade deste ano é a parceria com o Festival Aqualtune de Cinema e Afrofuturismo. A curadoria dos curtas-metragens a serem exibidos nesse festival foi feita entre as obras que integraram a programação de diversas edições da Mostra Quilombo, incluindo a deste ano. As exibições do Aqualtune ocorrem de 14 a 19 de novembro, no Centro Cultural Arte Pajuçara e na Serra da Barriga. 

No dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, a Mostra Quilombo leva mais seis curtas-metragens ao público do Centro Cultural Arte Pajuçara, a partir das 19h, novamente de forma gratuita, e conta ainda com performance “Ecoar”, de Ziel Karapotó, e performance literária com os artistas e escritores Richard Plácido, Erika Santos e Lucas Litrento, além de exposição de fotografias e artes visuais de artistas negros, negras e indígenas do Estado.

Após o evento, em parceria com o Festival Aqualtune, acontece a festa de encerramento no GiraMundo City Bar, no Jaraguá, com apresentações de Tequilla Bomb e DJ Eloh, também aberta ao público.

A Mostra Quilombo tem ainda uma atividade no dia 30 de novembro, na escola estadual Joaquim Diégues, em Viçosa-AL promovendo exibições e debates com os estudantes em sessões de 10h e às 14h. Está prevista ainda uma ação junto à Aldeia indígena Terra Nova, em São Sebastião-AL, onde membros do cineclube participarão de uma vivência com o povo Karapotó e promovem uma oficina de produção cinematográfica, tendo como foco o registro da própria comunidade. A ação, que aconteceria dia 06/11, também foi adiada divido às chuvas, e está sendo remarcada para dezembro, em parceria com um dos curadores da Mostra, o multiartista Ziel Karapotó. Além da oficina e da vivência, seis filmes serão apresentados às 19h, e, após a exibição, acontece uma conversa sobre as obras.

Estabelecer pontes e celebrar diversidade

Segundo Roseane Monteiro, integrante do Cineclube e uma das produtoras da Mostra Quilombo, assim como no ano passado, quando o evento passou a incorporar o cinema indígena, a proposta não é trabalhar uma temática, mas uma ideia: pensar Alagoas como espaço indígena e quilombola, discutindo a presença desses povos historicamente subjugados na construção da nossa identidade e sua representação no audiovisual. Dentro dessa concepção, trazer o quilombo como espaço plural e diverso é, portanto, estabelecer as pontes que permitem trabalhar identidade e unidade. 

Por isso mesmo, a mostra abre espaço para curtas-metragens de todo o País, realizados por pessoas negras e indígenas, a fim de estabelecer diálogos entre diferentes subjetividades. Neste ano, o Mirante Cineclube recebeu 121 inscrições, tendo representantes de todas as regiões brasileiras. Ao final da curadoria, foram selecionados 12 filmes, e acrescentado um convidado: o curta alagoano “Maninha Xukuru-Kariri”, de Celso Brandão e Aldemir Barros. O filme destaca a força da personagem que o nomeia, uma guerreira do seu povo e que trouxe a pauta da mulher para os debates indígenas. Assim, o grupo de curadores entendeu que sua história em tela traz questões ricas para o debate, além de prestigiar a obra e celebrar a figura de Maninha, natural de Palmeira dos índios e falecida em 2006.

Apesar de a maioria dos filmes inscritos para participar da Mostra serem de realizadores negros, já há uma inserção de obras de pessoas indígenas, como é o caso de “Mby'á Nhendu: O Som do Espírito Guarani”, de Gerson Karaí Gomes, do Rio Grande do Sul; e “Cem Pilum – A História Do Dilúvio”, de Thiago Morais, do Amazonas. Ambos são falados nas línguas nativas de seus povos de origem. Além deles, a Mostra apresenta “Cá Estamos Nós”, do alagoano Marcelo Tingui, e “Paola”, dirigido pelo também alagoano Ziel Karapotó, em uma realização Alagoas/ Pernambuco.

A IV Mostra Quilombo é uma realização do Mirante Cineclube, em parceria com o Centro Cultural Arte Pajuçara, Festival Aqualtune de Cinema e Afrofuturismo, Novo Jardim: Livraria e Café e GiraMundo City Bar, contando com o apoio financeiro da Lei Aldir Blanc.

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