Tiago Logan, estagiário*
O delegado de Pão de Açúcar, Edvaldo Menezes, que investiga o caso da criança de 5 anos espancada pelo padrasto, Antônio Carlos do Nascimento, de 27 anos, disse, em entrevista ao TNH1, que as agressões à família aconteciam há muito tempo e que a enteada, de 9 anos, também era espancada e surrada até desmaiar.
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"A mãe não precisará depor, pois serão consideradas as declarações que prestou à polícia no termo de flagrante", disse o delegado.
Em seu relato, a mulher afirmou ter sido amarrada com corda pelo agressor, além de ter levado tapas e murros. Ela será submetida a exame de corpo de delito nesta sexta-feira (29). Já a filha mais velha não irá fazer o mesmo exame por não ter marcas recentes.
Depoimentos
De acordo como delegado Edvaldo Menezes, as testemunhas intimidas a prestar depoimento sobre o caso começaram a ser ouvidas nesta quarta-feira (28). Foram ouvidos o proprietário da fazenda onde trabalhava o padrasto e um vizinho dele. Também prestou depoimento o condutor da ambulância que incendiou enquanto a criança era levada para o hospital.
"O condutor disse que o menino foi retirado antes que as chamas chegassem na parte de trás do veículo", destacou.
Edvaldo Menezes afirmou que o inquérito tem previsão de trinta dias para ser concluído e que o padrasto, que confessou as agressões cometidas, segue preso.
Estado de saúde
O último boletim médico divulgado sobre o estado de saúde do menino apontou boa reação ao tratamento, com a saída da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a Área Laranja do Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca.
Ele foi submetido a um procedimento cirúrgico para a retirada de tecido infeccionado nas nádegas, decorrente de queimaduras feitas com ferro usado para marcar animais. Além disso, também está tratando uma fratura na clavícula, causada pelo espancamento.
O caso
A criança deu entrada no HEA na noite da quarta-feira, 21, com vários hematomas, um ferimento profundo na nádega, além de suspeita de fratura no quadril. A princípio, a criança foi atendida em um posto de saúde de Pão de Açúcar sob a informação da própria mãe de que teria levado uma queda de cavalo.
A equipe médica desconfiou da versão e acionou a polícia. Indagada, a mãe confessou que, na verdade, o menino havia sido espancado pelo padrasto e que ela própria e a outra filha de 9 anos também eram vítimas do homem.
Antes de chegar no HEA, transferida de Pão de Açúcar, a criança ainda viveu momentos de tensão, após a ambulância em que ela viajava apresentar uma pane e pegar fogo.
O padrasto da criança foi preso por policiais militares e sua prisão preventiva já foi solicitada pelo pela promotoria de Justiça de Pão de Açúcar. Ele confessou as agressões. Segundo a mãe da criança, ela e os dois filhos, o menino de 5 anos, e a menina de 9, eram constantemente espancados pelo homem. O alvo principal era o menino, por quem o homem nutria ciúmes devido ao tratamento carinhoso que a criança recebia da mãe.
*Sob supervisão da Editoria
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