Irmã da prefeita de Major Izidoro é detida por furto de água

Publicado em 11/09/2015, às 13h39
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Redação


Atualizado às 14h50

Combater o furto qualificado de água, punir os transgressores da lei e tentar minimizar os prejuízos causados à Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal). Esses são os principais objetivos da operação desencadeada na manhã desta sexta-feira (11), nos municípios de Major Izidoro e Maravilha, alto Sertão de Alagoas. A ação foi comandada pelo Ministério Público Estadual de Alagoas e pela Casal e contou com o apoio das Polícias Civil e Militar.

A operação começou a ser planejada há três meses, depois que denúncias chegaram à Procuradoria-Geral de Justiça através da Casal, informando que políticos da região, produtores rurais e comerciantes estavam fraudando os registros de água e retirando-a ilegalmente das tubulações que levam abastecimento às residências e negócios de pequeno e médio portes nessas cidades.

Flagrante na casa dos pais da prefeita

O primeiro flagrante foi registrado na casa dos pais da prefeita de Major Izidoro, Santana Mariana da Silva. O casal não estava no imóvel, porém, a irmã da gestora, Ângela Maria Mariana da Silva, que também reside no local, foi presa em flagrante.

Os técnicos e engenheiros da Casal descobriram uma tubulação de diâmetro de 50mm que foi interligada à rede da Companhia de forma criminosa. "Esse é um dos motivos pelos quais falta água na cidade. A quantidade de água ilegal que é retirada da rede de abastecimento é enorme porque, durante a semana, são várias as viagens que os carros-pipas fazem. Eles captam a água e abastecem um hotel de propriedade da família e vários órgãos públicos. Isso já constatamos por meio do nosso serviço de inteligência", informou Francisco Beltrão, vice-presidente da Casal.

Os segundo e terceiro alvos foram os lava jatos JF e Edson, também em Major Izidoro. Seus donos, José Fernandes e Edson Lins dos Santos, também foram detidos pelo crime de furto qualificado de água. No JF, a fraude foi no hidrômetro, praticada com a finalidade da adulteração no consumo de água. Já no lava jato do Edson, a irregularidade foi na captação ilegal de água na rede de abastecimento da Casal.

"Atendendo ao pleito da Casal, o Ministério Público se juntou a essa força-tarefa para combater essa crime que é tão comum aqui no Sertão. As pessoas presas vão ser responsabilizadas penalmente após os promotores naturais de cada comarca receberem os inquéritos policiais. Além disso, a Casal deverá ingressar com as devidas ações de ressarcimento, buscando reaver os prejuízos sofridos", esclareceu o promotor de Justiça Luiz Tenório.

Penalidades

Ao todo, 17 alvos serão fiscalizados pelo MPE/AL e pela Casal durante todo o dia de hoje. Até o momento, não houve resistência as prisões e os acusados serão levados as delegacias regionais de Batalha e Santana do Ipanema para a devida lavratura dos flagrantes.

O crime de furto qualificado prevê pena de prisão que pode variar entre dois e oito anos de reclusão. Os acusados serão indiciados e ficarão à disposição da Justiça.

Prefeita se diz surpresa

O TNH1 entrou em contato com a prefeita de Major Izidoro, Santana Mariana da Silva, que se disse surpresa com o ocorrido. Ela afirma que não estava na cidade quando a operação foi deflagrada, porém garante que não tinha conhecimento da prática.

"Fiquei muito surpresa quando soube. É um ato que vai totalmente na contramão daquilo que prego enquanto gestora. A casa onde meus pais vivem é antiga, eles mudaram há alguns anos. Particularmente não sabia que isso estava ocorrendo, mas eu não posso falar por eles no momento. Ainda estou sabendo pouco", disse.


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