Investigadores suspeitam que fugitivos de Mossoró continuam recebendo ajuda

Publicado em 28/02/2024, às 13h12
Polícia oferece recompensa para a captura dos presos Rogério da Silva Mendonça, 36 anos, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34 anos, chamado de Deisinho | Divulgação -

Raquel Lopes / Folhapress

Investigadores suspeitam que os dois presos que fugiram da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, continuam recebendo ajuda do lado de fora do presídio. Segundo policiais, um indício seria o fato de não ter sido registrada nova movimentação.

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Até sexta-feira (23), eles ficaram no terreno do mecânico Ronaildo da Silva Fernandes na zona rural de Baraúna. No domingo (25), houve uma tentativa de invasão numa casa na comunidade, e a polícia investiga se teria relação com os fugitivos.

Moradores também disseram ter visto os fugitivos em outra comunidade de Baraúna na noite de segunda-feira (26), mas, segundo investigadores, os cães farejadores foram ao local e não reconheceram a passagem dos detentos.

Investigadores acreditam que eles ainda estejam no Rio Grande do Norte, e as buscas se intensificaram na divisa do estado com o Ceará.

A procura pelos dois detentos que fugiram da penitenciária federal de Mossoró completam 15 dias nesta quarta-feira (28). Desde então, já foram presas cinco pessoas.

Os fugitivos são Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu; e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho -segundo as investigações, eles são ligados à facção criminosa Comando Vermelho.

Os dois detentos haviam sido transferidos do Acre para o presídio em Mossoró, cidade localizada a 281 quilômetros de Natal (RN), após uma rebelião que deixou cinco pessoas mortas em julho do ano passado.

A fuga, fato inédito em presídios federais, ocorreu na madrugada do dia 14 deste mês e expôs o governo de Lula (PT) a uma crise justamente em um tema explorado por adversários políticos, a segurança pública.

Os investigadores identificaram que os dois fugitivos usaram uma barra de ferro, retirada da estrutura da própria cela, para escavar um buraco no vão da luminária. Com a abertura do espaço, os presos conseguiram escapar.

Os detentos teriam conseguido a barra de ferro, de cerca de 50 centímetros, descascando parte da cela que já estava comprometida, devido a infiltração e falta de manutenção.

Com o buraco na luminária, os dois chegaram ao local da manutenção do presídio, onde estão máquinas, tubulações e toda a fiação.

De lá, a dupla conseguiu alcançar o teto. Também não havia nenhuma laje de concreto ou sistema de proteção.

Os fugitivos encontraram ferramentas que estavam sendo usadas na reforma do presídio. Com um alicate para cortar arame, conseguiram passar pela grade que impedia o acesso ao lado externo do presídio.

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