Brasil

Influencer é indiciada após movimentar R$ 10 mi de anúncios do 'Tigrinho'

| 17/09/24 - 13h09
O indiciamento foi na quinta-feira (12) e, segundo a polícia, a influenciadora pode ser condenada a até 40 anos de prisão, caso seja considerada culpada | Foto: Reprodução / Instagram

Uma influenciadora suspeita de movimentar R$ 10,4 milhões de origem ilícita após anunciar o "Jogo do Tigrinho" nas redes sociais foi indiciada pela Polícia Civil.

Dheovana França foi indiciada por 258 crimes de lavagem de capitais e pela contravenção penal de participação em jogos de azar. O indiciamento foi na quinta-feira (12) e, segundo a polícia, a influenciadora pode ser condenada a até 40 anos de prisão, caso seja considerada culpada.

Familiar de seguidor da influencer buscou a polícia para denunciar que perdeu dinheiro com o jogo promovido por ela. Segundo o delegado Elirio Putton Junior, a denúncia foi feita em 2023 e a vítima contou que a subsistência da família foi afetada pelas apostas.

Movimentações financeiras da influenciadora foram analisadas após denúncia. Na análise, a polícia identificou transações ilícitas que deram indícios de lavagem de dinheiro.

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Mulher não tinha patrimônio até o começo de 2023 e acumulou milhões em bens em pouco mais de um ano. Segundo a polícia, ela obteve nove imóveis, todos com escrituras abaixo do "valor real". Um deles, estimado em R$ 4 milhões, tinha valor escriturado de R$ 800 mil.

Influenciadora teve R$ 7 milhões em bens bloqueados. Desse valor, R$ 3 milhões estavam em contas da suspeita, R$ 1 milhão é correspondente a carros, e outros R$ 3 milhões em bens como imóveis.

Bloqueio das redes sociais da influenciadora foi solicitado pela polícia. Até a manhã desta terça-feira (17), dois perfis da mulher no Instagram, um deles com 1,1 milhão e outro com 125 mil seguidores, continuavam no ar. Ela continuava a postar vídeos e fotos sem comentar sobre o assunto.

Defesa diz que todos os valores recebidos são lícitos e foram declarados. Ao UOL, os advogados Indiano Soares e Dalila dos Reis informaram que a influenciadora está "determinada em comprovar licitude do valor arrecadado". Eles também afirmaram que ela "não explorou, nem mesmo organizou ou facilitou a prática das plataformas no país, apenas as utilizava para poder exercer suas próprias apostas". 

"Apuramos que até o começo de 2023 essa influenciadora trabalhava como manicure, não tinha patrimonio nenhum. A partir do momento em que ela começou a divulgar essas plataformas de jogos eletrônicos, ela acumulou um patrimônio muito extenso, com nove imoveis, vários carros de luxo", disse Elirio Putton Junior, delegado titular da 3ª DP da PCTO.