Imagens de satélite mostram avanço da lagoa sobre o Mutange e Bebedouro

Publicado em 21/11/2019, às 08h48
Avanço sobre imóveis do Mutange; no destaque, o campo do CSA | TV Pajuçara / Izaac Pacheco -

TNH1 com TV Pajuçara

Moradores dos bairros Mutange e Bebedouro foram pegos de surpresa com a notícia de que cerca de 1500 famílias devem ser retiradas de suas casas por conta do risco de afundamento do solo, provocado pela exploração de salgema pela Braskem, segundo apontou relatório da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).

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Mas a verdade é que o problema não é novidade, pelo menos para quem estuda a região, como o professor da Ufal e mestre em geotecnia Able Galindo. Ele comparou imagens de satélite do Google Earth e Google Maps, dos anos de 2002 e 2019, e a diferença é surpreendente. O avanço da lagoa é nítido, e segundo ele, acontece porque o solo vem cedendo.

Veja as imagens:

Galindo afirma que nas áreas onde estão localizados o hospital Miguel Couto, a antiga clínica José Lopes, o campo do CSA, e a planta da Braskem, o afudamento foi grande. Há pontos em que a Lagoa Mundaú já avançou mais de 2 metros nos últimos dez anos.

   

"Os indícios de que pode haver um colapso é real. A CPRM há pouco tempo confirmou que a batimetria na lagoa, somada à interferometria, mostra que realmente é grave", afirma o especialista.

Água invade condomínio em período de maré alta

No condomínio Bosque do Mundaú, a proximidade das casas com a lagoa impressiona. Em período de maré alta, a água avança sobre as ruas. O mesmo acontece com a clínica José Lopes. Os moradores afirmam que ainda não foram comunicados dos riscos reais de continuar no local e não querem sair de casa sem garantias.

"Não vamos sair com aluguel social, vamos sair com indenização. A pior parte é saber que você vai sair de uma residência onde você tem uma vida, uma história. Ninguém veio aqui pra dizer o porquê, é tudo pela televisão que a gente fica sabendo", desabafa a moradora Jane Passos.

400 imóveis serão desocupados

Por orientação da Defesa Civil, alguns imóveis já foram desocupados, como o Colégio Bom Conselho. A Braskem disse que será implantada uma área de resguardo no entorno de 15 poços, com a realocação de pessoas e desocupação de imóveis, mas o perímetro final será definido em alinhamento com a Defesa Civil.

"A estimativa é que esta área de resguardo envolva aproximadamente 400 imóveis e 1.500 pessoas. Nos demais poços, a recomendação é de que sejam adotadas medidas complementares de monitoramento, sem necessidade de realocação de moradores", informa por meio de nota.

A empresa afirma ainda que irá disponibilizar os recursos necessários para as ações, mas não fala em prazos.

Assista à matéria completa da TV Pajuçara:

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