Folhapress
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) projeta receber pelo menos 1 milhão de inscrições, até 21 de janeiro, para o concurso de trabalho temporário nas operações do Censo Demográfico de 2022.
A estimativa foi divulgada nesta segunda-feira (3), em entrevista coletiva, pelo coordenador de Recursos Humanos do IBGE, Bruno Malheiros.
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Ao todo, o concurso prevê preencher 206.891 vagas de trabalho temporário para o Censo deste ano. Até o começo desta segunda, o instituto havia recebido cerca de 650 mil inscrições, indicou Malheiros. O IBGE aposta no crescimento desse número, até a faixa de 1 milhão, graças à ampliação do prazo para os registros. O período para as inscrições estava previsto inicialmente até quarta-feira (29), mas, ainda na semana passada, o instituto comunicou a prorrogação até 21 de janeiro.
Segundo Malheiros, a expectativa do IBGE era atingir 800 mil registros até o último dia 29. Isso não foi possível devido ao prazo "curto" do cronograma inicial, que previa duas semanas para as inscrições em meio à reta final do ano passado, marcada por datas como o Natal, avaliou o coordenador.
"A gente abriu o processo seletivo em um período difícil para as pessoas se inscreverem [em dezembro], com só duas semanas e com o Natal no meio. A gente já esperava fazer a prorrogação, que é muito comum."
Na visão do coordenador, há fatores que tendem a estimular o interesse pelas inscrições em janeiro. Um deles é o término dos contratos de trabalho temporário de final de ano em setores da economia. O comércio, por exemplo, costuma buscar profissionais por tempo determinado para suprir a demanda gerada pelas vendas de Natal. Com a entrada de 2022, a expectativa é de que parte desses trabalhadores volte a procurar vagas.
"Em janeiro, temos pessoas que começam a se mobilizar em busca de renda e que estavam em vagas temporárias, além de estudantes em busca de oportunidades", comentou Malheiros.
Mesmo com a necessidade de prorrogação do prazo, o coordenador avaliou como positivo o número de 650 mil inscrições já feitas. "Com o período mais longo, a gente acredita que vai chegar e até ultrapassar 1 milhão de inscrições."
Malheiros evitou cravar uma data para o início da coleta de informações do Censo. Essa etapa vinha sendo estimada para junho, mas o coordenador não descartou a possibilidade de ocorrer mais tarde, em julho ou agosto. O calendário deve ser confirmado em breve pelo IBGE.
MAIORIA DAS VAGAS É DE RECENSEADOR - O concurso prevê 183.021 vagas de recenseador, 18.420 de ACS (agente censitário supervisor) e 5.450 de ACM (agente censitário municipal). A FGV (Fundação Getulio Vargas) é a organizadora da seleção. As inscrições podem ser feitas no site do concurso.
A taxa de pagamento é de R$ 57,50 para recenseador e de R$ 60,50 para agente censitário. Os valores podem ser quitados até 16 de fevereiro. Há possibilidade de isenção de taxa para pessoas de baixa renda.
Com o novo calendário, a data das provas também foi alterada: passou de 27 de março para 10 de abril. O resultado final deve ser divulgado em 20 de maio.
No caso das vagas de recenseador, os candidatos precisam ter ensino fundamental completo. Esses profissionais vão atuar diretamente na coleta das informações do Censo em mais de 70 milhões de domicílios. Os salários de recenseador são variáveis, de acordo com a produção. É possível simular a remuneração no site do Censo do IBGE.
Já as vagas de ACS (agente censitário supervisor) e ACM (agente censitário municipal) são de nível médio. Os salários são de R$ 1.700 e R$ 2.100, respectivamente. Com remuneração maior, o ACM gerencia o trabalho dos postos de coleta das informações do Censo. Enquanto isso, o ACS, subordinado ao ACM, tem como principal função orientar os recenseadores durante a execução dos trabalhos de campo.
O IBGE afirma que, como as vagas de agente censitário terão inscrição única, os postos de ACM serão oferecidos aos candidatos com melhor classificação no concurso. Os demais terão direito aos cargos de ACS, seguindo a ordem de desempenho na seleção.
Das cerca de 650 mil inscrições já feitas, em torno de 340 mil são para as oportunidades de recenseador, e aproximadamente 310 mil para os postos de agente censitário.
O Censo costuma ocorrer de dez em dez anos. A nova edição estava prevista para 2020, mas foi adiada por causa da pandemia de coronavírus.
Em 2021, a falta de verba orçamentária por parte do governo federal impediu a realização da contagem da população. Os valores para a pesquisa em 2022 foram liberados após o STF (Supremo Tribunal Federal) ser acionado.
No caso dos recenseadores, a estimativa de duração dos contratos é de até três meses, com possibilidade de prorrogação. Para os agentes censitários, é de cinco meses. Também há possibilidade de prorrogação.
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