IBGE: dados inéditos revelam que AL tem 23 mil trabalhadores em plataformas digitais

Publicado em 01/11/2023, às 16h36
Rovena Rosa / Agência Brasil -

Ascom IBGE

Os últimos anos apresentaram mudanças sensíveis nas formas de trabalho em todo o país. O cenário da pandemia de covid-19, por exemplo, impulsionou a expansão do teletrabalho e do trabalho por plataformas digitais para atender às necessidades do isolamento social e de criação de novos modos de obtenção de renda.

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Em números proporcionais, Alagoas é destaque no percentual de trabalhadores plataformizados. São 23 mil profissionais que prestam serviços por aplicativo no estado, o que corresponde a 2,3% dos trabalhadores de todo o setor privado. Tal percentual é o segundo maior do país, empatado com DF, e apenas abaixo do RJ (3,3%). A média nacional é de 1,7%. O Brasil tem cerca de 1,5 milhão de trabalhadores por aplicativo.

Os dados inéditos são da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números fazem parte de estatísticas experimentais, divulgadas no último dia 25, referentes ao 4º trimestre de 2022.

Prestação de serviços por meio de plataformas digitais - Os trabalhadores plataformizados, foco da pesquisa, são aqueles que tem como trabalho único ou principal a prestação de serviço por meio de plataformas digitais.

As plataformas investigadas dizem respeito aos aplicativos de táxi; aplicativo de transporte particular de passageiros; aplicativos de entrega de comida ou produtos; e aplicativos para prestação de outros serviços, que vão desde manicure até tradução e serviços jurídicos.

Rendimento médio maior e maior média de horas - Os trabalhadores que prestam serviço por aplicativo tendem a ganhar mais dos que os outros trabalhadores do setor privado, mas também trabalham mais horas.

Para AL, a média é de 42 horas semanais para os plataformizados; cerca de quatro horas a mais do que os que demais trabalhadores do setor privado, cuja média de trabalho é de 38 horas por semana.

A média nacional, contudo, é superior. No Brasil, plataformizados tendem a trabalhar 46 horas semanais e não-plataformizados alcançam o valor de 39,5 horas de trabalho por semana.

O rendimento médio dos trabalhadores por aplicativo em AL é de R$1.904,00. Os demais empregados do setor privado ganham, em média, pouco mais do que um salário-mínimo: R$1.537,00.

Perfil do trabalhador por aplicativo - A prestação de serviços por plataformas digitais no Brasil é prevalente entre os homens (81,3%), que trabalham por conta própria (77,1%) e na informalidade (70,1%). Destes, apenas 35,7% contribuem para a previdência social em todo o país, contra uma taxa de 60,8% dos demais ocupados no setor privado.

Os trabalhadores de aplicativo costumam ocupar níveis intermediários de escolaridade: a maioria possui ensino médio completo ou superior incompleto (61,3%).

Os serviços de transporte de passageiros de modo particular ou táxi (52,2%) e serviços de delivery (39,5%) representam quase a totalidade das atividades exercidas pelos trabalhadores plataformizados em todo o país.

Sobre a pesquisa - A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo IBGE, é uma pesquisa amostral realizada de modo mensal, trimestral ou anual, para obter dados contínuos acerca do mercado de trabalho e demais indicadores relevantes para o desenvolvimento socioeconômico do país e elaboração de políticas públicas.

O novo módulo de teletrabalho e trabalho por plataformas digitais contém estatísticas experimentais, que ainda estão sob avaliação. Os dados podem ser consultados de forma pública através da plataforma SIDRA (https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pnadca/tabelas).

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