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Homem finge morte para evitar pagar pensão ao filho e vende 'kits' com dados roubados

| 23/08/24 - 14h08
| Foto: Foto: Reprodução/Redes Sociais

Jesse Kipf, de 39 anos, foi condenado a seis anos de prisão pelo tribunal distrital de Kentucky, nos Estados Unidos, ao admitir ter falsificado a própria morte para evitar pagar U$ 110 mil (R$ 606 mil de acordo com a cotação atual) que devia à sua ex-mulher. Além da fraude, o criminoso roubou identidades de outras pessoas e ainda vendeu os acessos obtidos ao hackear o sistema do governo e terminou sendo condenado a pagar mais de R$ 1 milhão de multa.

De acordo com um comunicado oficial do tribunal, Kipf realizou o primeiro crime em janeiro de 2023, quando acessou "intencionalmente" um computador sem autorização e "obteve informações de um computador protegido para seu próprio ganho privado e em prol do roubo de identidade".

O condenado acessou o Sistema de Registro de Óbitos do Havaí, usando o nome de usuário e a senha de um médico que morava em outro estado, preencheu a planilha de certidão de óbito e se designou como o certificador médico do caso, usando a assinatura digital do médico. "Isso resultou no registro de Kipf como pessoa falecida em muitos bancos de dados do governo", comunicou o tribunal, em nota.

Quando interrogado, ele admitiu que fez o ato para evitar suas obrigações pendentes de pensão alimentícia.

Mas além da falsificação de sua própria identidade, a investigação também concluiu que Kipf aproveitou para vender na dark net - uma rede de sobreposição dentro da internet que só pode ser acessada com software, configurações ou autorização específicos e é comumente associada à venda de bens e serviços ilícitos - as senhas e credenciais obtidas de forma ilegal.

De acordo com a investigação, ele teve compradores internacionais de países como Argélia, Rússia e Ucrânia.

- Este esquema foi um esforço cínico e destrutivo, baseado em parte no objetivo imperdoável de evitar suas obrigações de pensão alimentícia - disse o procurador dos Estados Unidos, Carlton S. Shier, IV, na nota. E prosseguiu: - Este caso é um lembrete gritante de como os criminosos com computadores podem ser prejudiciais e como a segurança do computador e online é extremamente importante para todos nós. Felizmente, por meio do excelente trabalho de nossos parceiros de aplicação da lei, este caso servirá como um aviso para outros criminosos cibernéticos, e ele enfrentará as consequências de sua conduta vergonhosa.

De acordo com a lei federal, Kipf deve cumprir 85% de sua sentença de prisão e após sua libertação, ele ficará sob a supervisão do Escritório de Liberdade Condicional dos EUA por mais três anos.

Se, no início, o criminoso tentou evitar o pagamento de mais de meio milhão de reais, ao final do processo ele obteve uma dívida de R$ 1.078.473,55 ( U$ 195.758,65) por conta dos danos aos sistemas de computador governamentais e corporativos e sua falha em pagar suas obrigações de pensão alimentícia.