João Victor Souza
A vitória por 2 a 1 contra o Brusque fez o CRB ganhar fôlego para a reta final da Série B. O time regatiano chegou aos 36 pontos e deixou a zona de rebaixamento depois de um confronto chamado de "seis pontos", pois foi contra um adversário direto na luta contra o descenso.
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O técnico Hélio dos Anjos, depois do fim da partida, concedeu entrevista coletiva, e reconheceu as dificuldades da equipe para sair com o triunfo do Estádio Augusto Bauer, porém exaltou a determinação dos jogadores e o equilíbrio do time para conseguir a virada nos últimos minutos do duelo. Assista como foi:
A seguir, você confere alguns pontos da coletiva.
Gol sofrido no primeiro tempo
"Nós tomamos um gol bisonho, porque é marcado, é falado, e você não tem condições de treinar, treinar, treinar lateral na sua área. Nós perdemos na primeira bola no corpo, o jogador trabalhou no corpo do meu jogador, e a segunda bola ficou dentro da área. Eu sempre falo para eles: "Qualquer bola parada que fica, a segunda, dentro da área, é perigosa". Aí caiu no pé certo do jogador. Não gostei, não estávamos mal no jogo, nós tínhamos bom controle de jogo".
Determinação e equilíbrio para a virada
"O que fez a diferença foi a determinação e o equilíbrio do meu time. O adversário é forte, independente de 11 ou 10, a gente sabe que não é fácil, você correr como eles tiveram que correr quase 55 minutos com um homem a menos. Mas se nós não tivéssemos a felicidade de fazer os gols, a determinação, a lucidez... Porque foram dois gols de muita lucidez".
Choro no vestiário
"Você chega no vestiário com três ou quatro jogadores chorando, com uma carga psicológica muito grande. Então as pessoas têm que entender que eles são humanos, todo mundo está sob uma pressão muito grande. Naturalmente, ninguém vai ganhar jogo fácil e principalmente por ser jogo decisivo. As pessoas, às vezes, não respeitam o adversário. Acham que se você vem jogar em Brusque, as coisas acontecem com naturalidade. Eu até agradeci meus jogadores. Eu, como treinador profissional, foi a primeira vez que ganhei do Brusque".
Mudança de postura após expulsão
"A expulsão nos fez chamar a atenção no vestiário, principalmente porque achei meu lado esquerdo muito lento, do homem que vinha de trás, sem participar. Eles marcaram de fora o Léo, e nós não entramos por dentro. O Chay voltou no sacrifício, porque ele tomou uma pancada muito forte no tornozelo. Pensei em esperar um pouquinho, deixá-lo, até que na hora que saiu ele não estava mal tecnicamente, mas eu tinha que fazer aquelas situações. O Gegê entrou para organizar por trás, o garoto mesmo não tendo uma lucidez muito grande, entrou para trabalhar na aproximação, e a felicidade muito grande de mexer nas duas laterais. Normalmente você não mexe, e nós mexemos. O Formiga entrou muito bem, movimentação por dentro, fez o Léo jogar no um contra um. Gostei muito. E o Matheus merece esse tipo de gol, é um dos jogadores mais responsáveis com quem trabalhei. É uma dedicação muito grande".
Entrada do Gegê no segundo tempo
"O Gegê está tendo grandes problemas de recuperação, e o piso aqui era ruim para ele. Sempre há um desgaste muito grande no tendão, no púbis... Acho que ele entrou na hora certa, entrou para fazer aquilo que a gente pensou naquele momento, de tirar um homem de marcação por trás, e colocar um armador. Observa que ele entrou em uma outra função, entrou como um segundo [volante] para organizar o jogo. Eu achei a hora certa, tanto que deu resultado".
"Pisa na área, Matheus"
"A única coisa que eu pedi para o Matheus, em jogada do lado oposto, foi "Pisa na área, que essa bola pode chegar". Ele foi muito feliz e nós ganhamos. A gente sabe que não vai ganhar jogo sem sofrer. Nós vamos ganhar jogo perdendo gol [...] Mas precisávamos disso. Nem tanto eu, mas nossos jogadores. Eram 15 meses de Campeonato Brasileiro sem ganhar fora de casa. A gente tem que enaltecer esse grupo".
Erros ofensivos
"Será que eu vou ter tempo para treinar para o jogo contra o Mirassol, para melhorar a parte de fazer gol? O jogo é terça-feira. Então, muitas vezes, a sequência de jogos acaba propiciando erros. Nós tivemos dificuldades, mas nós ganhamos. É um fato importante. Nós temos o vice-artilheiro da competição. Então não temos o pior ataque do mundo. Nosso ataque tem números dentro da média das equipes que estão entre os 10 primeiros colocados. Mas a dificuldade é de responsabilidade do treinador. Eu sou responsável pelo meu time não estar fazendo gol, mas nós ganhamos três jogos por diferença mínima, mas é a vida, é a competição no nível de estresse muito grande nessas últimas rodadas".
Superação das dificuldades na reta final
"Temos problemas, temos que melhorar. Vamos melhorar mentalmente, porque o reforço mental no momento como esse é muito grande, uma vitória como essa traz isso. Mas a dificuldade vai ser maior ainda contra o Mirassol, maior ainda contra o Coritiba, maior ainda contra o Ituano. E vai ser assim. É um momento que a gente sabe que se não tivermos com todo mundo junto, nós vamos ficar mais fracos. Hoje ficamos fortes com o apoio de 100 torcedores aqui, que merecem todo o carinho nosso. Eu acho que no momento como esse, nós temos que tentar o resultado da forma que der. Mais do que nunca, vim para o CRB para buscar um objetivo. Estamos vivos para alcançá-lo".
Projeção para o jogo contra o Mirassol
"Uma das formas para se preparar para jogo contra o Mirassol começa com hoje, dormir bem, domingo vou deixar eles relaxarem ao máximo, e ter atenção [...] Eu não costumo temer adversário, não tenho medo do jogo, eu tenho respeito pelo Mirassol, porque é um time enquadrado, que vem com treinador há quase dois anos [...] Mas temos que prevalecer o nosso mando de campo. E vamos fazer de tudo, principalmente porque eu sei e estou pedindo para que o nosso torcedor faça o que fez no jogo com o Paysandu. Vá na terça-feira, nos ajude, porque estamos precisando, sim, do torcedor".
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