'Golpe do cheiro': motorista denunciado em Maceió nega crime e faz B.O contra passageira

Publicado em 08/02/2023, às 11h59
Motorista mostra que foi bloqueado pela empresa de app após a denúncia e dá sua versão sobre o caso | TNH1 -

João Victor Souza

O motorista de transporte por aplicativo denunciado por uma cliente de Maceió pela suposta prática do "golpe do cheiro" - quando ocorre a tentativa de dopagem de passageiras mulheres que vêm a inalar produtos químicos durante as corridas - procurou o TNH1 na manhã desta quarta-feira, 08, para dar sua versão dos fatos e negar o crime. Ele afirmou que a mulher mentiu e registrou um Boletim de Ocorrência contra ela por difamação, após ter tido fotos pessoais divulgadas nas redes sociais.

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Em contato com a reportagem, o homem explicou que trabalha com transporte por aplicativo há aproximadamente quatro anos e que nunca havia sido denunciado por qualquer tipo de crime. Ele alegou que pegou uma rota alternativa para fugir do trânsito, mas que o trajeto seguia o destino final, ou seja, o bairro de Mangabeiras.

"Eu fui bloqueado e não sabia o motivo. Essa corrida foi no sábado. Foi minha primeira corrida. Peguei ela na Cidade Universitária e segui por uma rota para fugir do trânsito. O aplicativo inclusive dá essa opção. Mas em nenhum momento eu fui por um caminho que não chegasse ao destino dela, que era o shopping", iniciou.

"Ela pediu para eu desligar o ar e para baixar os vidros do carro. Ela disse que tinha problemas de asma. Eu fiz o que ela pediu. Aí depois ela pediu para parar, e eu parei. Depois que encerrei, a empresa entrou em contato comigo para saber se estava tudo bem, porque eu encerrei a corrida antes do destino, e eu disse que sim, que estava tudo bem", continuou o motorista.

O condutor denunciado destacou que foi alertado por uma prima de que a imagem dele circulava nas redes sociais como o autor da tentativa de crime. "Quando foi domingo à tarde, vi que fui bloqueado no aplicativo. Mas só fiquei sabendo o motivo do bloqueio através da minha prima, por meio da rede social. Eu tive a minha foto divulgada. Minha prima, por me conhecer e saber da minha índole, veio me falar. Ela disse que recebeu o compartilhamento em um grupo de amigos e foi questionar a pessoa que mandou. Depois apagaram a mensagem".

Ainda de acordo com o homem, após tomar conhecimento da situação, procurou a delegacia mais próxima para registrar o Boletim de Ocorrência contra a jovem, tanto para se defender, quanto para denunciar a passageira por difamação por divulgar as fotografias dele na internet.

"Entrei em contato com a empresa e a atendente disse que ia verificar o que aconteceu na plataforma, para um possível desbloqueio. Mas até agora não deu retorno. Eu pretendo entrar com uma ação judicial contra a menina e a empresa. Ela postou minha imagem nas redes sociais, a placa e o modelo do meu carro, manchou minha imagem. Eu sou pai de família, sou casado, tenho três filhos e uma neta de apenas três anos", se defendeu o motorista.

Procurada pelo TNH1, nesta manhã, a jovem que fez a denúncia voltou a reforçar a versão dada à polícia e afirmou que não havia trânsito no bairro para justificar a rota alternativa. "Era sábado, nem trânsito tinha. E mais, ele tem que me comunicar antes e perguntar se eu aceito a nova rota", destacou.

Os dois boletins de ocorrências já estão nos registros do 9º Distrito Policial. A delegada Luci Mônica, titular da unidade policial, informou que o caso vai ser investigado.

A denúncia da passageira - A mulher de 25 anos procurou a polícia para denunciar que foi vítima do golpe no último fim de semana. Ela disse que sentiu ardência no nariz e incômodo na garganta enquanto estava dentro do veículo, e pediu para descer dele. O tipo de crime ficou conhecido no ano passado, principalmente com casos divulgados no sudeste do país. 

A vítima, que pediu para não ser identificada, afirmou ao TNH1 que conseguiu escapar do golpe a tempo e formalizou a denúncia à polícia por meio de Boletim de Ocorrência online. Ela também enviou o relato para empresa que presta o serviço de transporte.

"Comecei a me sentir pior, senti um mal estar principalmente na cabeça, garganta e nariz, uma sensação de formigamento. Aí me desesperei, mas não deixei ele perceber. Então simulei uma ligação e pedi que ele parasse o carro que eu precisava descer. Ele não falou nada, simplesmente parou o carro, graças a Deus", disse ao TNH1.

O que disse a empresa de transporte por aplicativo - Após reportar o ocorrido para a empresa, a vítima recebeu a resposta de que já foram tomadas as devidas providências em relação à conta do motorista envolvido. Porém, não ficou claro se ele foi excluído da rede de condutores por transporte de aplicativo.

A empresa também destacou que não tolera o uso de substâncias químicas com efeitos tóxicos ou narcóticos no veículo e considerou inaceitável a experiência forçada vivida pela passageira, dizendo ainda que segue atenta para evitar situações deste tipo.

O comunicado também mostra que a empresa se colocou à disposição para ajudar na investigação policial, como também para oferecer sessões de atendimento psicológico para a vítima. 

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