João Victor Souza, com informações da TV Pajuçara
Um homem foi preso no estado de Pernambuco, nessa quarta-feira (21), suspeito de aplicar o golpe do bilhete premiado contra vítimas em Maceió. Duas delas foram mulheres de 69 e 71 anos, e o prejuízo causado às idosas foi de mais de R$ 500 mil.
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O coordenador da Operação Policial Litorânea Integrada (Oplit), Antônio de Pádua, explicou, em entrevista ao programa Balanço Geral Alagoas, da TV Pajuçara, que o suspeito estava no aeroporto de Recife, para pegar um voo para o Rio Grande do Sul, estado de origem dele, porém foi interceptado antes de embarcar. Ele teria participado, junto com um casal, do golpe contra a vítima de 69 anos nessa quarta-feira no bairro de Ponta Verde, em Maceió. A mulher perdeu R$ 112 mil.
"A mulher foi até a base da Oplit para registrar o Boletim de Ocorrência por volta de 16h de ontem. Ela contou que duas pessoas a abordaram, e disseram que estavam com um bilhete premiado. Elas disseram também que precisavam de ajuda para fazer o saque. Nesse momento, chega uma outra pessoa, um homem, também suspeito, que disse que consegue ajudar, mas que eles teriam que compartilhar o valor do prêmio, uma porcentagem do bilhete, e o de ontem estava no valor aproximado de R$ 3,9 milhões", iniciou Pádua.
"Então falaram que iam doar para ela uma parte daquele valor, mas que para isso ela tinha que antecipar um valor para eles. Feito isso, a senhora conseguiu fazer as transferências, e ontem, foi um valor total de R$ 112 mil. Inclusive, um desses valores foi de R$ 80 mil, e a senhora teve que fazer um empréstimo no banco. Eles induziram ela, porque viram que ela teria essa margem no extrato dela, e fizeram ela fazer esse empréstimo para depois ela fazer as transferências para eles", continuou o agente da Oplit.
Após os trâmites, no momento em que a idosa tentou guardar o bilhete, os três fugiram. Foi aí que ela viu que tinha caído em um golpe e procurou os policiais. "De posse das informações, os policiais conseguiram monitorar e ver a placa do veículo que estava sendo utilizado pelos suspeitos. Ele foi alugado na cidade do Recife, e era usado para essas pessoas aplicarem golpes. Ele já seria devolvido ontem à noite. Mas nós conseguimos entrar em contato com a locadora do veículo, que passou para a gente a localização em tempo real dele. Vimos que ele estava se deslocando de Maceió para Recife. Então saímos da capital para concluir o flagrante", destacou Pádua.
O policial esclareceu que, a princípio, três pessoas são suspeitas, sendo um casal, oriundo de São Paulo, e um homem, este gaúcho, porém outros envolvidos podem surgir no decorrer das investigações. "Este homem preso era o que dava apoio, era o olheiro. Ele observava a vítima no banco, olhava se ela era ajudada por alguém. E sempre era o que estava com o carro alugado, era o que tinha o contato com a locadora para alugar também. Então ele usava o carro para ficar sempre perto do casal suspeito, que é o cabeça do golpe, e aí no momento certo também abordava a vítima. Conseguimos trazer ele de Pernambuco", reforçou o agente que afirmou que o preso já está em Maceió.
O suspeito de estelionato foi capturado pelos policiais civis alagoanos com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar do estado de Pernambuco. Ele agora está à disposição do Poder Judiciário alagoano.
Segunda vítima
No dia 23 de julho deste ano, uma outra idosa foi vítima dos golpistas. O coordenador da Oplit destacou que ela perdeu R$ 412 mil depois de os criminosos apresentarem o falso bilhete no valor de R$ 12 milhões. A mulher visitava Alagoas e estava hospedada na casa do filho.
"Eles se especializam, fazem cursos, para cometer esse tipo de golpe. A senhora de ontem tem 69 anos, e a outra, no dia 23 de julho, tem 71. Ou seja, eles procuram pessoas que acham que são vulneráveis, que são fáceis, digamos, de enganar. Então, eles enviavam uma pessoa se apresentando como leiga, com um falso bilhete premiado. Através disso, ela afirmava que não sabia como fazer, e chegava o outro suspeito que dizia que iria ajudar a sacar o valor. Para isso, fazia a vítima transferir uma certa quantia para ter em troca um valor maior, após a falsa divisão do falso bilhete", disse Pádua a detalhar o modo de operação dos golpistas.
"Lembrando que todas as contas eram de terceiros, de laranjas, quando eles também pegam pela internet, e geralmente são de bancos onlines. Tudo isso agora vai ficar para as investigações para identificar a logística da movimentação do dinheiro", complementou o policial.
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