Giselle Itié detalha como foi estuprada por namorado quando tinha 17 anos

Publicado em 12/01/2017, às 11h29

Redação

A atriz Giselle Itié revelou esta semana que foi estuprada por um ex-namorado quando tinha 17 anos. O relato, em que a artista conta com detalhes a experiência traumática que viveu na adolescência, foi publicado pela revista Glamour.

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Giselle contou que ainda era virgem quando foi dopada e sofreu violência sexual, praticada por um namorado, que era 15 anos mais velho que ela, a quem se refere como “X”. No depoimento, a atriz conta que o homem era um cara “extrovertido, romântico, galã de comerciais” e que tinha planos de casar com ele virgem.

“Quando tinha 17 anos, deixei de lado o sonho de ser atriz. Estava me preparando para entrar na faculdade de jornalismo e namorava um cara 15 anos mais velho. No início, meus pais surtaram, mas, com tempo, o X passou a fazer parte da família. Meu príncipe era um cara extrovertido, romântico, galã de comerciais. Em dois anos iríamos nos casar. Além disso, respeitava minha virgindade e minha vontade de casar assim”, relatou.

Um dia, segundo a atriz, o namorado chamou para viajar com a família dele. Foi durante a viagem que tudo aconteceu. “O sítio tinha três casas com vários dormitórios. X propôs que a gente dormisse em uma casa separada dos outros, cada um em um quarto. Mas ele disse que iria me visitar. Na hora de dormir, era uma sensação boa, coração batendo forte, sabe? Quando ele apareceu na primeira noite, fiquei sem saber o que fazer. E ele vinha com jeitinho, dizendo que eu era a mulher da vida dele... Era sufocante sentir vontade mas não estar à vontade. Decidir não querer é difícil, ainda mais quando você está com o "amor da sua vida"”, contou.

Em uma das noites, antes do estupro, a atriz se sentiu desconfortável com a insistência do companheiro. “Quando me dei conta, meu namorado foi substituído por um estranho ofegante que não queria me escutar. Implorei para ele sair de cima! Quando comecei a chorar, ele decidiu parar e saiu do quarto magoado. Eu fiquei com uma mistura de alívio e culpa. No dia seguinte, X pediu desculpas, disse que me amava e garantiu que iria me respeitar”, detalhou.

Mas foi após uma saída para uma boate que a atriz foi violentada. “Escureceu, e ele teve a ideia de irmos a uma boate. Eu, minha cunhada, todos falamos não, mas ele me convenceu. Chegando lá, lembrei da minha mãe e pedi um suco de laranja com bastante gelo no bar. Ele sorriu para mim. Pensei no quanto ele era lindo, dei um beijo nele e disse: "Te amo e vou ao banheiro". Fui. Voltei. Bebi. Fim. MENINAS, TOMEM CONTA DOS SEUS CO(R)POS!”

Itié disse não se lembrar do ocorrido. Apenas lembra que acordou e se deu conta que estava nua, dormindo ao lado do namorado também nu, cheia de machucados e mordidas pelo corpo. “Quando tinha 17 anos, fui estuprada pelo último homem que eu poderia imaginar. Quando tinha 17 anos, o castelo caiu e fiquei soterrada. X me desejou boa-noite e me chamou de Cinderela. Acordei. Olhei para o lado e lá estava ele, dormindo. Olhei melhor e o vi nu. Susto. Me olhei. Nua. O chão forrado de garrafas vazias. Eu forrada de amnésia. Foi difícil sentar. Então vi o que eu já imaginava. Perdi a virgindade. Me perdi”, lembrou.

Sem saber o que fazer, ela disse que se trancou no banheiro e sentiu nojo de si, vergonha e medo. “Não conseguia pensar nem chorar. Só queria o abraço da minha mãe. Como zumbi, fui para o chuveiro e tentei me limpar, tirar a sensação de sujeira. Embaixo da água, me senti de alguma forma protegida. E chorei. Me dei conta de que não era pesadelo quando escutei o X batendo na porta. Num dado momento, me levantei aos prantos e exigi, do outro lado da porta: “Quero ir para a minha casa agora!”. Ele tentou dizer que não dava e entrei em surto. X concordou em me levar”.

Para superar o trauma, Giselle disse que “com a ajuda do tempo, da minha mãe e da terapia, comecei a me reencontrar”.  

A atriz termina o relato enfatizando a importância da união entre as mulheres. “Estamos (sobre)vivendo na cultura do estupro. A cada 12 segundos uma mulher sofre violência no Brasil. Ou seja, todo movimento é importante para chegarmos mais perto do fim da desigualdade de gênero. Foi duro escrever este texto, mas isso me fortaleceu ainda mais. Meninas, precisamos nos unir! Nosso futuro agradece”, destacou.


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