Gêmeas trans brasileiras estrelam série da HBO sobre redesignação sexual

Publicado em 16/06/2023, às 13h06
HBO -

CNN Brasil

As gêmeas Mayla Phoebe e Sofia Albuquerck fizeram uma cirurgia de redesignação sexual em uma clínica de Blumenau, em Santa Catarina, aos 19 anos, em 2021. Com isso, elas se tornaram as primeiras irmãs a realizarem a operação juntas no mundo.  

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Aos 21, elas estrelam a série “Gêmeas Trans: Uma Nova Vida”, da HBO Max e Discovery+, nesta quinta-feira (1º), sobre a vida após a cirurgia. O seriado surge em um Brasil que, pelo 14º ano seguido, é o país que mais mata pessoas trans no mundo, conforme a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais). 

A série também retrata a mudança de país de Mayla. Ela saiu da cidade onde nasceu, em Tapira, no interior de Minas Gerais, com cerca de 4 mil habitantes, para estudar Medicina em Buenos Aires, na Argentina. 

Já Sofia foi aprovada em uma faculdade particular de Franca, no interior de São Paulo, onde cursa Engenharia. À CNN, ela conta que é “motivo de chacota por ser quem é” na universidade. 

“A minha experiência na faculdade é bastante complicada. O preconceito diminui muito depois da cirurgia [de redesignação sexual], não tem comparação com antes, mas o preconceito ainda existe. Isso porque sou vista como um objeto de curiosidade”, pontua.  

Como a série aborda a transfobia na faculdade, Sofia não explicou o porquê os alunos a enxergam dessa maneira. Na entrevista realizada por Zoom, ela diz que a situação a “destroçou” emocionalmente – a ponto de pedir transferência para outra universidade.  

“Não tive forças para procurar ajuda na época. Eu me senti culpada por muita coisa, me senti violada. Foi uma parte da minha vida na qual pensei: ‘Se lutei até aqui, por que vou deixar alguém fazer isso?’. Só percebi isso depois de muito tempo, quando não tinha mais o que fazer. Então, quero ajudar pessoas que passam pela mesma situação.” 

A realidade de Mayla, em Buenos Aires, e a de Sofia, em Franca, é bastante distinta. A imigrante brasileira considera os argentinos menos preconceituosos. “As pessoas te acolhem mais por quem você é”, pontua a futura médica. 

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