Gabriel Amorim* com Rádio Pajuçara FM
Um asilo que abriga idosos, na rua Dr. Paulo Neto, no Trapiche da Barra, foi interditado pela Vigilância Sanitária na manhã desta quarta-feira, 10. O local foi denunciado por apresentar condições insalubres, como a falta de alimentação e medicamentos, além de paredes mofadas. A fiscalização foi feita em conjunto com o Ministério Público e o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa.
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Segundo apurado pelo repórter Hélio Góes, da Rádio Pajuçara FM 103,7, o local não possui alvará de funcionamento. A mulher responsável pelo asilo, que não teve o nome divulgado, já teria sido notificada anteriormente, não somente uma vez. Em entrevista, Airton Santos, coordenador geral da Vigilância Sanitária de Maceió, titulou o caso como um escândalo.
“É triste você encontrar uma situação dessas. É um escândalo. Não queríamos fazer esse tipo de interdição, mas nós fomos obrigados. Primeiro, para salvar vidas. Havia cerca de 26 idosos e eles estavam em um asilo que não possui alvará, não tem responsáveis técnicos, falta alimentação e não possui medicamentos corretos”, disse.
De acordo com Airton dos Santos, o idoso precisa ter seis refeições diárias. No entanto, há o relato de um homem que, na manhã desta quarta (10), informou que estava sem comer desde o dia anterior. “É um ambiente insalubre. A lavanderia também não presta e o local é muito quente”, ressaltou o coordenador da Vigilância Sanitária.
Os idosos que estavam nas instalações do abrigo serão transferidos para outras instituições, conforme acordado em uma reunião entre o MP, o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa e a Vigilância.
“Essas pessoas serão enviadas para outros abrigos. Nós fizemos o levantamento de vagas e iremos tomar o cuidado para conversar e explicar aos idosos o motivo da transferência, já que a saúde mental precisa ser preservada”, explicou Sheila Maria, do Conselho Municipal.
Estatuto do Idoso - O Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, prevê como crime a conduta de colocar em risco a vida ou a saúde do idoso, através de condições insalubres ou privação de alimentos ou cuidados indispensáveis. A pena prevista é de 2 meses a 1 ano de detenção, e multa, podendo chegar até a 12 anos de reclusão, em caso de morte.
*Estagiário sob supervisão.
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