Redação
Os funcionários de uma grande concessionária de veículos no bairro Mangabeiras, em Maceió, foram surpreendidos na tarde desta quinta-feira, 09, com uma decisão judicial que determinava a suspensão das atividades e desocupação de maneira imediata do local.
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Preocupados, os trabalhadores entraram em contato com o TNH1, que esteve na concessionária. O grupo, composto por aproximadamente 66 pessoas, afirmou que um oficial de justiça chegou ao local por volta das 11 horas da manhã desta quinta-feira para fazer a notificação.
“Fomos surpreendidos com essa notícia pela manhã e não sabemos como nossa situação vai ficar. A gente sabe que a empresa está em processo de negociação, mas como ficam as condições da gente?”, questionou um dos funcionários que preferiu não se identificar.
Com a determinação, a calçada da empresa começou a ser cavada para a colocação de tapumes. Porém, horas depois a concessionária conseguiu um novo prazo para desocupar o prédio.
Segundo o Administrador Judicial da empresa, João Daniel Marques, as atividades da empresa continuam normalmente até o dia 31 de março. “Conseguimos estender o prazo até o fim do mês e depois mais 15 dias para a desocupação do prédio”, afirmou.
Entenda a situação
A determinação, segundo ele, é consequência de negociações que se estendem desde o fim do ano passado. De acordo com o representante judicial da empresa, no fim de novembro, uma liminar determinou a venda da bandeira da concessionária. “Um dos cumprimentos desses atos foi a conciliação e transação de um processo de execução que corria na Paraíba, em que demos a quitação de obrigação e, com isso, o credor adquiriu por adjudicação o prédio, que já estava penhorado assim como os terrenos estavam hipotecados a ele”, explicou.
Porém, no dia 30 de dezembro, uma nova liminar suspendeu a venda da empresa. “Ela nem revogou os atos que já haviam sido praticados e nem deixou de continuar. Ela suspendeu. Com isso, a empresa ficou com fundo de comércio de bandeira, mas sem prédio para funcionar. A propriedade já havia sido transferida por força de uma decisão judicial”, contou.
A empresa foi notificada da emissão de posse do imóvel em janeiro. “Entretanto, pela situação de falência do Grupo João Lyra, que é o controlador da empresa, não tem para onde leva-la”.
Sobre as condições para resolver as pendências trabalhistas com os funcionários, João Daniel Marques afirma que a empresa, no momento, não possui o recurso necessário para cumprir com as possíveis rescisões.
“Sobretudo temos uma responsabilidade social com as pessoas que deram o esforço do seu dia a dia para que a empresa crescesse. Estamos nos preparando para pagar essas rescisões, entretanto, a gente não dispõe do capital suficiente para quitar as obrigações trabalhistas com eles. Dependeria da venda da bandeira. No tocante à decisão de emissão de posse eu não tenho nenhum ato judicial a praticar. O que resta para se decidir judicialmente é se haverá a venda da empresa ou não. Ela será transferida ou será fechada?”, concluiu.
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