Flamengo vence leilão e compra terreno do Gasômetro para construir estádio

Publicado em 31/07/2024, às 16h38
O terreno do Gasômetro, no centro do Rio de Janeiro | Divulgação / Prefeitura do Rio -

Folhapress

O Flamengo venceu leilão público nesta quarta-feira (31) e adquiriu o terreno do Gasômetro, no centro do Rio de Janeiro, onde pretende construir um estádio próprio. O lance foi de R$ 138,1 milhões. O clube foi o único concorrente.

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O terreno, localizado em São Cristóvão, pertencia ao Fundo de Investimento Imobiliário da Caixa Econômica Federal e foi desapropriado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) em junho.

O edital de licitação estipulou como obrigatoriedade a implementação de um estádio, o que amarrou o leilão a favor do Flamengo. A Caixa conseguiu uma liminar na Justiça do Rio no início da semana para suspender o leilão, sob o argumento de que a desapropriação favoreceu o clube em relação a outros possíveis licitantes.

Nesta quarta, a Justiça Federal derrubou a liminar da Caixa e concedeu à prefeitura a autorização para o leilão.

A Caixa Econômica Federal não comenta o caso publicamente. Dirigentes do Flamengo, contudo, acreditam que o banco deve ir novamente à Justiça para suspender a compra.

O Flamengo foi o único a apresentar proposta e arrematou o Gasômetro pelo lance mínimo de R$ 138,1 milhões.

Estiveram presentes no leilão o prefeito Eduardo Paes, o deputado federal Pedro Paulo (PSD) e o presidente do Flamengo Rodolfo Landim, além de dirigentes do clube. Pedro Paulo, ainda cotado para vice na chapa de Paes à reeleição em outubro, é tratado pelo prefeito como "padrinho político" do projeto.

O Flamengo também terá eleições para presidente este ano. Rodrigo Dunshee de Abranches, outro presente no leilão, é o candidato de Landim.

O clube planeja o início das obras de seu estádio no primeiro semestre de 2025. A área tem pouco mais de 86 mil metros quadrados e o clube deseja construir uma arena para 80 mil pessoas.

O Flamengo, no entanto, ainda não apresentou publicamente um projeto de arena, nem um estudo viabilidade econômica para a construção. Dirigentes acreditam que a venda do nome do estádio para uma empresa poderá bancar parte da obra, mas ainda não apresentou interessados, nem valores.

A Caixa tinha a expectativa de negociar o terreno com o mercado imobiliário. A previsão do banco era que o terreno do Gasômetro pudesse ser desmembrado e vendido em quatro partes para construção de empreendimentos residenciais de até 37 pavimentos.

Uma área em frente ao Gasômetro foi comprada pela prefeitura para a construção do terminal Gentileza, conexão entre ônibus, VLT e BRT, inaugurado em março. O estádio, se de fato construído, ficará diante do maior eixo de transporte da cidade.

A prefeitura estabeleceu com o Flamengo um projeto de melhoria viária e reformulação dos passeios públicos e do sistema de transporte. As partes também trataram da criação de um centro de convenções e um estacionamento acoplado a um prédio comercial.

Especialistas em mobilidade urbana afirmam que um estádio na região pode gerar problemas graves no trânsito da capital e da região metropolitana.

A área onde o Flamengo pretende construir o novo estádio abrigou por quase cem anos a central de armazenamento de gás do Rio de Janeiro. O Gasômetro foi desativado em 2006, por conta da substituição do gás manufaturado pelo gás natural.

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