Paulo Victor Malta
O técnico Roberto Fernandes participou do Pajuçara Futebol Clube nesta segunda-feira (8) e falou ao vivo na Rádio Pajuçara FM Maceió - 103,7 para explicar a saída do CRB. O treinador reforçou o que disse anteriormente em nota oficial emitida por ele mesmo em uma rede social e detalhou a como foi tomada a decisão de sair.
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"Eu ainda estava no vestiário, na minha sala, tinha terminado o fechamento do jogo, quando os atletas se reúnem e fazem a oração, quando recebi a mensagem do presidente. E foi uma coisa muito clara. Acho que a cobrança tem que existir. A questão é a forma da cobrança. Veio mal. Eu estava há 32 jogos no clube, com apenas 4 derrotas. Foi uma cobrança veemente. Acredito que ele estava de cabeça quente. Ele falou que a eliminação foi por falta de comando, e em nenhum momento foi por isso, pelo contrário, poderia ser por excesso de comando. Eu até ficaria calado. Ele falou de falta de cobrança nos atletas. Talvez a falta de uma pessoa entre o presidente e o treinador, que estivesse no vestiário, estivesse na preleção, talvez teria evitado isso".
"Quando ele disse que faltou comando, eu falei: 'Presidente, tudo isso que o senhor está falando, eu falei para os atletas. Se o senhor acha isso, eu não tenho mais como ajudar o clube'. Ele respondeu 'Ok'. Eu chamei o Rodrigo (diretor), mostrei a ele o áudio, falei: 'Olha, bicho, dessa forma não faz mais sentido minha permanência'. Chamei os líderes dos atletas, disse que desse jeito não dava para seguir. Eles falaram que a responsabilidade era nossa. Está todo mundo no mesmo barco. Mas diante dessa mensagem, não tem clima para eu permanecer. A tendência é piorar. A tendência é virar uma bola de neve quando tem esse tipo de cobrança. Não tinha mais clima. Comuniquei os meus atletas. Na hora do almoço do dia seguinte, chamei os atletas e comuniquei".
Foto: Pei Fon / TNH1
"Foi quando ele (presidente) disse que em nenhum momento me demitiu. Eu disse que realmente ele não me demitiu. Da forma como foi, fiquei de cabeça quente e sem clima para continuar. Não é comum no futebol estar há 32 rodadas, com quatro derrotas e alcançando os objetivos. Contribuí para que o clube não caísse para a Série C, onde todos apostavam que o time ia cair. Classificamos para o mata-mata da Copa do Nordeste, final do Alagoano, estamos na Copa do Brasil. Dizer que a responsabilidade da derrota era minha por falta de comando e postura, somado ao calor do jogo, entreguei meu cargo e a resposta dele no dia do jogo foi 'Ok'. Infelizmente acaba um ciclo. Qualquer coisa que foi colocado de que eu premeditei, não faz o menor sentido. Eu estava há uma semana da oportunidade de chegar ao sétimo titulo estadual. São poucos os treinadores no Brasil. Quem tem oito (títulos estaduais) é o Luxemburgo e quem tem 9 é o Givanildo Oliveira. De fato, fui com o carro (particular) porque tinha assuntos particulares em Recife, se fosse de ônibus perderia o horário comercial. Tudo meu ficou em Maceió. Não levei nada. Se eu fosse ficar em Recife, tinha levado tudo".
Em entrevista à Rádio Gazeta, o presidente do CRB, Marcos Barbosa, falou sobre a conversa com o técnico Roberto Fernandes e afirmou que o treinador teve uma atitude mesquinha.
"Eu disse que o treinador não teve competência dentro das quatro linhas, no jogo, de administrar os 5 minutos que faltavam. Foi isso que passei para ele e ele se chateou por causa disso. [...] A gente não poderia, faltando 5 minutos finais, ir para cima do Santa Cruz. [...] Nós temos que realmente fazer a nossa análise e a crítica administrativa, não pessoal, nem de denegrir a imagem dele, de jeito nenhum. Agora, foi uma atitude mesquinha, quando ele mandou dizendo que 'Amanhã não faço mais parte do grupo'. O que eu poderia falar? Ok. A palavra foi essa 'Ok'. Só foi isso".
Foto: Divulgação
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