Fecomércio: insegurança no emprego gera queda no consumo em Maceió

Publicado em 23/09/2020, às 15h16
Itawi Albuquerque/TNH1 -

Ascom Fecomércio

Seguindo a tendência dos meses anteriores, a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou queda na capital, conforme pesquisa do Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em agosto, sétimo mês consecutivo de baixa, a redução foi de 2,1%. Em termos anuais, o consumo está 10,33% menor quando comparado ao mesmo período do ano passado.

LEIA TAMBÉM

Para se compreender a situação, o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Felippe Rocha, diz que é preciso analisar alguns indicadores sobre empregabilidade, renda e consumo. De acordo com o levantamento, em agosto não houve melhora no subindicador sobre a segurança em se manter o emprego atual, que vem caindo por setes meses seguidos. Além disso, houve queda de 4,7% na melhora sobre a perspectiva profissional, que mensura a expectativa dos consumidores em aumentarem sua renda e conseguirem uma promoção. “Esses indicadores reforçam o que vemos na prática: a insegurança acerca da manutenção do emprego está deixando o consumidor mais cauteloso”, ressalta.

Somando-se a isso o contexto geral de incertezas econômicas decorrentes da pandemia do Covid-19, a tendência é manter a aquisição do essencialmente necessário na hora das compras. “Até porque muitos que estão recebendo renda por meio de auxílios do governo já começam a sentir a necessidade de poupar para garantir a sobrevivência mais para frente, quando essa verba acabar em dezembro”, avalia Felippe.

Em relação à percepção da renda atual, mesmo nesse contexto de pandemia e com a aceleração nos preços de alguns produtos da cesta básica, como o arroz, o feijão e o óleo de soja, há a sensação de que a renda está melhor quando comparada ao mesmo mês do ano passado. “Mas não dá para se enganar: a melhora foi de 4,3% e é explicada pela adição temporária de R$ 1.045 do FGTS, ajudando a criar uma ilusão monetária nos consumidores”, explica o economista.

Mesmo com essa sensação de melhora no poder de compra, as compras a prazo caíram 2,5% comparado a agosto de 2019, enquanto os níveis de consumo apresentaram uma ligeira alta de 0,8% para o mesmo período. “Isso reforça uma recuperação gradual, mas lenta, do consumo na capital”, diz Felippe.

Analisando o contexto atual, a perspectiva de consumo até o final do ano recuou 7,5% na comparação anual, sendo os setores de eletrodomésticos, eletrônicos, móveis e automotores os mais prejudicados, já que o consumo de duráveis caiu 9% no mesmo período.

Relatório completo disponibilizado no site do Instituto Fecomércio AL

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Jogadora da Seleção Brasileira lamenta morte de irmão em acidente em AL: “estou destruída” “Não é minha família”, diz Carlinhos Maia após cunhado ser alvo de operação policial Drones auxiliam na localização de crianças perdidas em praias de Alagoas Disque 100 registrou mais de 37 mil violações de direitos humanos em 2024, em Alagoas