João Arthur Sampaio
Familiares dos adolescentes Walisson de Lima e Jonatas, de 16 e 15 anos, respectivamente, se juntaram a outras pessoas para protestar na frente do Cisp (Centro Integrado de Segurança Pública) de Colônia Leopoldina, interior de Alagoas, após os jovens morrerem em uma perseguição policial, que aconteceu no último domingo (13).
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O TNH1 conversou com a tia de Walisson, Eveline de Lima, que alegou que os jovens, amigos de longa data, não possuíam nenhum envolvimento com atividades ilícitas e que trabalhavam cortando cana, além de estudarem no período noturno em um curso do EJA (Educação de Jovens e Adultos).
“Estamos pedindo justiça pelos adolescentes. Mataram eles e saíram dizendo que eram bandidos, que estavam atirando neles [policiais]. A única arma que eles tinham era a faca, que usavam para trabalhar. E quando [a perseguição] aconteceu eles não estavam com a faca”, afirmou a tia.
Ainda de acordo com Eveline de Lima, no dia do ocorrido, a dupla estava separando a cana que seria cortada no dia seguinte e depois teriam ido para a casa de um amigo, quando houve a situação envolvendo a Polícia Militar.
“Walisson era um trabalhador. A única coisa que ele fazia era empinar a moto. Não bebia, não fumava, não andava fazendo bagunça, e ainda estudava”, lamentou a tia.
O que diz a PM
Segundo informações do 14º Batalhão de Policiamento, no dia do ocorrido, os policiais foram parados por populares, que denunciaram a presença de dois homens tentando efetuar assaltos no centro da cidade. Os suspeitos estariam em uma moto preta, cujas características foram informadas aos PMs.
A dupla então foi avistada a caminho da localidade conhecida como Usina Taquara, na Zona Rural, momento em que, segundo os policiais envolvidos na ocorrência, foi dado sinal de parada sonoro e luminoso várias vezes, o que teria sido ignorado.
Um dos suspeitos, segundo a Polícia Militar, alvejou uma viatura e os policiais reagiram. O motorista da viatura atingida perdeu o controle do veículo, que capotou. Uma segunda viatura foi acionada e também teria sido recebida a tiros pelos suspeitos.
Eles foram levados ao hospital de Colônia Leopoldina mas não resistiram aos ferimentos e morreram. Os policiais feridos na ocorrência também receberam atendimento médico no hospital da cidade e depois foram transferidos para o Hospital Regional do Norte (HRN), em Porto Calvo.
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