Redação
O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, preso preventivamente pela Operação Lava Jato, assumiu em depoimento ao juiz federal Sergio Moro, nessa quarta-feira (14), em Curitiba, que o partido e sua campanha a deputado federal em 2010 receberam doações “informais”, ou seja, via caixa dois.
LEIA TAMBÉM
"É um problema da cultura política nacional, doutor Moro. Eu não estou aqui para mentir para ninguém. Estou aqui para ajustar alguma dívida que eu tenho. Negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros, de todos os partidos, na minha opinião, é negar o óbvio", disse.
Ferreira disse que para sua campanha para deputado federal, em 2010, recebeu doações que não foram contabilizadas na prestação de contas à Justiça Eleitoral.
"À luz dos atuais episódios, eu não tenho dúvidas que foram doações informais, de caráter ilegal", disse Ferreira.
Questionado pelo juiz se as "informalidades" incluem o Partidos dos Trabalhadores, Ferreira garantiu que sim.
"No Brasil, o exercício da política, tomara que mude, foi sempre financiado [por dinheiro informal]. O senhor está vendo isso nas apurações. E financiado por grandes volumes de dinheiro - ou que foram para campanhas ou que foram para benefícios pessoal das pessoas", afirmou o ex-tesoureiro.
Ferreira é réu em processo que apura irregularidades nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, no Rio de Janeiro.
As obras foram o foco da 31ª fase da Operação Lava Jato, desencadeada em julho deste ano. De acordo com o MPF, o Consórcio Novo Cenpes pagou R$ 20 milhões em propina para conseguir o contrato para execução das obras do Centro de Pesquisa de Petrobras.
A irregularidade ocorreu entre 2007 e 2012, diz a denúncia. A força-tarefa afirma que o dinheiro foi repassado para funcionários do alto escalão da Petrobras e representantes do PT.
LEIA MAIS