Ex-cabo Luiz Pedro é condenado a 26 anos e 5 meses de prisão

Publicado em 24/09/2015, às 17h26
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Redação

Luiz pedro passa mal antes da leitura da sentença (Crédito: Henrique Moura/TNH1)

Atualizada às 17h31

Em julgamento iniciado na manhã dessa quarta-feira, 23, o ex-cabo da Polícia Militar (PM), ex-deputado estadual e ex-vereador, Luiz Pedro da Silva, foi condenado a 26 anos e 5 meses de prisão por ser considerado o mandante da morte do servente de pedreiro Carlos Roberto Rocha dos Santos, cometido em 2004.  

Luiz Pedro ouviu a sentença, mas não saiu preso do Fórum. Ele vai aguardar em liberdade até que o processo esteja transitado em julgado, ou seja, quando não houver mais como recorrer.

"Agradeço a Deus primeiramente e à sociedade que acompanhou o drama, à Justiça e ao Ministério Público", disse muito emocionado o pai de Carlos Roberto, Sebastião Pereira.

Luiz Pedro saiu alterado do Tribunal do Segundo Júri e não escondeu a sua iritação com a sentença proferida pelo juiz John Silas. "Só me colocam como condenado", reclamou.

Julgamento

O advogado de defesa do ex-militar, José Fragoso, pediu pra que os jurados marcassem as opções que inocentam Luiz Pedro: "Optem pela justiça, e não pelo justiçamento", disse Fragoso, ao final de sua defesa, instantes antes de os jurados deixarem.

Enquanto os jurados se reuniam na sala secreta, o juiz Jonh Silas da Silva determinou que a segurança do local fosse reforçada. O Ex-cabo Luiz Pedro teve uma queda de pressão e chegou a passar mal. Familiares foram ao seu socorro

O julgamento foi marcado po momentos de muita tensão, a exemplo do encontro entre o ex-cabo Luiz Pedro e o pai da vítima, o aposentado Sebastião Pereira, no final da tarde de quarta-feira. “Gostaria de pedir, pelo amor de Deus, ao réu Luiz Pedro da Silva, que diga onde está o corpo do meu filho para que eu e minha família possamos enterrá-lo. Meu neto, filho do Beto [Carlos Roberto] me pede todos os dias para que eu ache o corpo do meu filho. Ele me diz: ‘Eu vejo meu pai na televisão e acho ele tão bonito’”, disse o pai da vítima, já em lágrimas.

O ex-deputado aproveitou a oportunidade e acusou o pai da vítima de assassinato. “É difícil a situação dele que é o pai. Ele já matou também. Matou o próprio irmão com seis tiros em São Sebastião. Não sei nem se você sabia disso”, disse Luiz Pedro.

Na tarde dessa quarta-feira, Laércio Pereira, uma das testemunhas de defesa do ex-militar, afirmou que o corpo do pedreiro Carlos Roberto Rocha dos Santos, estaria enterrado nas imediações do açúde da Coca Cola, no bairro Tabuleiro, parte alta de Maceió. Laércio afirmou também que quem teria mandado matar Carlos Roberto foi um homem identificado como Gilson, dono de um mercadinho, localizado no Benedito Bentes. 

Em sua sustentação oral, na manhã desta quinta-feira, o promotor de Justiça Carlos Davi Lopes acusou as testemunhas de defesa de terem mentido no julgamento. Ele citou os depoimentos prestados nessa quarta-feira, inclusive por acusados de terem participação no crime, e classificou todos como falsos.

“As testemunhas de defesa vieram para cá fazer a banca de acusação, a família do Carlos Roberto, o plenário e o magistrado de idiotas. Mentiram descaradamente durante seus depoimentos”, declarou.


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