“Evolução” do fogo: como funcionam os isqueiros e como eles foram criados?

Publicado em 07/01/2023, às 15h05
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Olhar Digital

Desde milhões de anos atrás, quando o Homo Erectus o descobriu, até os dias atuais, o fogo tem sido amigo – e inimigo – do ser humano. Ele nos esquenta nos dias de frio, prepara nossa comida, acende velas, cigarros, entre outros inúmeros itens e atividades.

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E, com o passar de todos esses séculos, evoluímos a forma de obtermos a faísca inicial. Sabemos que a fricção é a chave, o que permitiu a criação de vários dispositivos que facilitaram a obtenção do fogo (como o fósforo). Hoje em dia, os isqueiros são muito populares e não saem do bolso dos fumantes dada sua praticidade e durabilidade. Mas, como este pequeno item pode fornecer uma chama tão importante?

Criação do isqueiro

A inspiração para a criação do isqueiro foram as espingardas usadas no século XIX, que possuíam um sistema de fricção, além de mecha embebida em combustível. Este é um sistema utilizado até hoje pela famosa marca de isqueiros, Zippo.

Porém, o primeiro isqueiro da história é de 1823. Ele se chamava Lâmpada de Döbereiner e, nela, o gás hidrogênio flutuava por sobre um catalisador de platina aquecido, incendiando o gás. A chama era forte, mas tinha odor desagradável.

Mesmo assim, a Lâmpada permitiu melhorias na hora do acendimento de fogueiras, cachimbos e afins. A popularidade foi tamanha que Döbereiner teria terminado a vida rico e vendido mais de um milhão de isqueiros.

No século XX, especificamente em 1903, o químico austríaco Carl Auer Von Welsbach inventou o ferrocério, liga que mescla ferro e cério, raro metal que emana faíscas quando oxidado rapidamente. Sem essa invenção, seria difícil imaginar os isqueiros modernos.

Como dissemos parágrafos acima, a faísca é uma das chaves para se obter o fogo. Com o ferrocério, não é diferente. Ela pode ser obtida quando o metal é esfregado contra um objeto. As faíscas obtidas atingem até 3 mil °C e acendem combustíveis leves, tochas, etc., mas se limitavam a pouco mais de 200 °C.

Nosso isqueiro moderno surgiu nos anos 1940, com a possibilidade do armazenamento a gás. Até 1960, quando se descobriu que o butano tem chama mais controlada, com menos odores ruins, a nafta, composto derivado do petróleo, era utilizada.

A temperatura do butano em forma de chama chega a 1,97 mil °C. O butano entra em combustão havendo mais de 2% dele misturado ao ar. Ele é armazenado de forma pressurizada, permitindo que ele fique na forma líquida.

Funcionamento

O corpo de um isqueiro tem quatro principais elementos: o compartimento do butano, o pavio, o bocal e a roda acionadora. Ao empurrar a roda para baixo, ela se esfrega no pavio de ferrocério e produz a faísca. Concomitantemente, uma válvula se abre e permite a saída do butano, que se vaporiza e entra em combustão.

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