Redação
A noite de medalhas do atletismo brasileiro no Estádio Olímpico começou com o revezamento 4x100m masculino T42-47, para atletas com amputação nos membros superiores ou inferiores. A equipe formada por Alan Fonteles, Petrucio Ferreira, Yohansson Nascimento e Renato Nunes conquistou a medalha de prata, com o tempo de 42s04.
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Perguntado sobre qual atleta teria sido o mais veloz, Yohansson Nascimento decidiu destacar o trabalho em equipe. “Eu acho que essa pergunta de ser o mais rápido não existe no revezamento, porque se for falar assim, digamos que eu seja o mais lento, mas se eu não correr, não tem revezamento. Então não tem isso de melhor ou pior, é uma equipe”, concluiu o velocista, que se despede do Rio 2016 com a prata e um bronze nos 100m T47. “Eu digo que estou saindo daqui 100%. Eu fiz duas provas e coloquei duas medalhas no peito. Estou feliz. São 4.350 atletas aqui e quantos estão voltando para casa sem nenhuma medalha? Eu estou com duas, um bronze e uma prata. Será que se eu juntar dá um ouro?”, brincou.
"A conquista, sem dúvida, foi para lavar a alma. Para mim, estar correndo ao lado desses caras aqui foi uma experiência muito grande. A gente conquistou a prata em Pequim, a prata em Londres quando fomos desclassificados, e aqui estamos em casa correndo novamente. Ganhamos o bronze, estávamos comemorando muito, e depois a gente percebeu que a gente tinha ganhado a prata e aí começou uma nova comemoração”, disse Alan Fonteles.
Os brasileiros cruzaram a linha de chegada na terceira posição, mas foram beneficiados por um erro da equipe norte-americana, que havia batido o recorde mundial (40s61), mas acabou eliminada por conta de uma falha na área de transição. Com a exclusão, os alemães (40s82) ficaram com a medalha de ouro e o Japão (44s16) herdou o bronze que seria brasileiro.
O revezamento deu a Fonteles sua única medalha na Rio 2016. Um dos principais nomes do atletismo paralímpico brasileiro, e que ficou internacionalmente conhecido ao vencer o sul-africano Oscar Pistorius na final dos 200m em Londres 2012, disse que sai da Paralímpiada de cabeça erguida, mesmo tendo ficado de fora das finais dos 100m e 200m.
“Eu dei a cara para bater nessas Paralímpiadas e estou me levantando, erguendo a cabeça. Agora é olhar para Tóquio. A minha história está aí para ser contada. Sou um ser humano normal, como qualquer um. Tenho meus altos e baixos e infelizmente no Rio foi o meu baixo, mas estou saindo com a medalha de prata”.
Um dos destaques brasileiros na prova foi Petrucio Ferreira, de 19 anos. O atleta que compete a primeira Paralimpíada da carreira já tinha ganhado um ouro nos 100m T47. “Eu fico bastante feliz, porque eu diria que está sendo um sonho de criança se realizando em casa. Eu sempre falei que sonhava representar meu país, minha bandeira, e estou realizando esse sonho. Ontem (domingo) conquistei uma medalha, e hoje, quando entrei na pista, entrei mais confiante, porque quando eu olhava para a largada, tinha o Renato, quando eu olhava para a reta, era o Yohansson, e quando olhava para frente, era o Alan. Isso me passou uma confiança ainda maior”, afirmou o atleta.
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