Entre raízes celestiais e galhos terrenos: as histórias do Baobá africano

Publicado em 19/04/2024, às 10h48

Luan Paz

Foto de Graphic Node na Unsplash

Essa árvore é nativa do continente africano e pode atingir uma idade superior a 1.000 anos! O baobá é conhecido como a árvore da vida em algumas culturas da África. Encontradas em regiões semiáridas e de savana, onde sua presença imponente se destaca contra o horizonte, seu tronco maciço, muitas vezes com contornos irregulares e enormes, pode armazenar milhares de litros de água, um recurso vital em ambientes onde a seca é uma constante ameaça.

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A sua origem é explicada por um mito muito interessante, ela foi plantada de cabeça para baixo por uma divindade africana. Assim ela teria desenvolvido suas características únicas. De acordo com essa lenda, esse deus teria dado ao baobá raízes que se estendiam para o céu e galhos que se espalhavam pela terra, invertendo sua posição original. Essa história explica, segundo a tradição, por que o baobá parece ter suas raízes no ar e seus galhos no chão.

Outra lenda popular entre os povos africanos diz respeito à origem das flores do baobá. Diz-se que, em tempos antigos, as flores do baobá eram tão bonitas que despertaram a inveja de outras árvores. Para punir o baobá por sua vaidade, os deuses decidiram arrancar suas flores, deixando apenas as grandes cápsulas que se assemelham a frutas penduradas nos galhos. Desde então, o baobá floresce sem suas flores, apenas com suas intrigantes cápsulas.

Saindo das lendas e entrando um pouco mais na ciência, existem oito espécies de baobás, todas pertencentes ao gênero Andansonia e família Bombacaceae, sendo que sete estão presentes no continente africano e uma é endêmica da Austrália. Das espécies presentes no continente africano, seis têm distribuição natural restrita à ilha de Madagáscar. Mas essas espécies estão presentes também em outros países, inclusive no Brasil, onde é possível encontrar a espécie Adansonia digitata.

Essas árvores podem alcançar 30 metros de altura e mais de dez metros de circunferência. São capazes de viver por séculos ou milênios, por isso são consideradas verdadeiras ancestrais vivas. Apresentam folhas caducas que caem durante a estação seca, mas se as condições de umidade forem favoráveis, as folhas continuam na árvore durante o ano inteiro. Folhas novas e frescas são ricas em vitaminas e podem ser cortadas em pequenos pedaços e cozidas em molho. As folhas secas podem ser moídas e usadas em sopas e molhos e também no tratamento de doenças como diarreia, doenças urinárias e no combate da febre.

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