EMS anuncia aprovação da Anvisa para lançar Ozempic nacional

Publicado em 24/12/2024, às 18h57
- Foto: Ilustrativa/FolhaPress

Época Negócios

A EMS anunciou nesta quarta-feira (24) que obteve a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a produção de dois medicamentos à base de liraglutida: Olire, para o tratamento de obesidade, e Lirux, para controle do diabetes tipo 2. A data de lançamento ainda não foi divulgada: sabe-se apenas que devem ser lançados em 2025.

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Os dois produtos estarão disponíveis nas farmácias brasileiras a partir de 2025. Com isso a a EMS se tornará a primeira farmacêutica 100% brasileira a ingressar no mercado global de análogos de GLP-1, competindo diretamente com empresas como Novo Nordisk (Ozempic e Wegovy) e Eli Lily (Mounjaro).

A diferença principal em relação aos competidores é o uso da liraglutida, que deve ser injetada todos os dias; no caso da semiglutida, usada no Ozempic, e da tirzepatida, usada no Mounjaro, a aplicação é semanal. Todas as substâncias reproduzem o GLP-1, um hormônio fisiológico produzido pelo intestino (incretinas), liberado na presença de glicose, que sinaliza ao cérebro que estamos alimentados, diminuindo o apetite.

“Desenvolvemos um produto no país, com tecnologia brasileira, do zero", disse Carlos Sanchez, presidente do Conselho de Administração da companhia, em comunicado. "Vamos fabricar desde a matéria-prima até o produto acabado.” De acordo com a companhia, os novos medicamentos fazem parte de sua estratégia de internacionalização, para concorrer globalmente com medicamentos complexos e inovadores.

Segundo Sanchez, a expectativa é comercializar essas moléculas de liraglutida também no exterior. "Daqui a oito anos, o grupo poderá faturar US$ 2 bilhões no exterior e outros US$ 2 bilhões no Brasil”, afirma.

Segundo levantamento da Barclays, o setor de medicamentos para combater a obesidade pode movimentar até US$ 199 bilhões anualmente nos próximos anos. Só em 2022, as vendas do medicamento de referência para diabetes tipo 2 movimentaram mais de US$ 6 bilhões no mundo até agosto de 2023.

Olire, indicado para tratamento de obesidade e sobrepeso com comorbidades; e Lirux, indicado para diabetes tipo 2; reproduzem o GLP-1, um hormônio fisiológico produzido pelo intestino (incretinas), liberado na presença de glicose, que sinaliza ao cérebro que estamos alimentados, diminuindo o apetite. Ele aumenta os níveis de insulina e equilibra os níveis de açúcar no sangue. Estes medicamentos de inovação incremental são fabricados por meio da UltraPurePep, a mais moderna tecnologia existente para criar a nova geração de análogos de GLP-1, que proporciona alto grau de pureza e rendimento.

Os medicamentos Olire e Lirux já estão sendo fabricados em fase piloto na nova unidade fabril do Grupo NC, Rio Biofarmaceutica Brasil Ltda (RBBL), instalada em um espaço de 2,5 mil m² dentro da própria sede da farmacêutica EMS, em Hortolândia (SP), cuja inauguração ocorreu em agosto de 2024.

Somente a fábrica demandou um investimento de R$ 70 milhões – desse total, R$ 48 milhões provenientes do financiamento com o BNDES, em contrato assinado em 2020.

De acordo com a empresa, o grande diferencial é justamente a tecnologia embarcada que usa matéria prima sintética (peptídeo químico) e permite um alto teor de pureza. A dose de Lirux é até 1,8mg, ao dia; e de Olire, até 3mg ao dia.

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