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As passagens aéreas devem ficar mais caras nos próximos meses com a alta no preço do querosene de aviação, combustível usado pelo setor. Na última semana de agosto, o litro era comercializado a 3,33 reais – maior patamar pago pelas companhias aéreas desde 2002. Há dois meses, a 2,11 reais.
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A valorização do dólar e a alta nas cotações internacionais estão pressionando o preço do querosene para cima. A demanda por voos, entretanto, não para de subir: as viagens domésticos registraram alta de 7,43% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já os voos internacionais tiveram crescimento de quase 15%.
Os dados são da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). No ano passado, o setor aéreo acumulou um custo extra de 1,3 bilhão de reais com o combustível, de acordo com a entidade.
Cerca de 43% do preço do bilhete aéreo corresponde ao querosene de aviação. Nos últimos dois anos, o preço do combustível acumula alta de 82%, segundo a Abear.
Neste mês, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) abriu uma consulta pública para discutir a transparência na formação de preços dos combustíveis. A Abear e outras duas entidades do setor solicitarão o acesso à fórmula de precificação do querosene de combustível para “contribuir com sugestões que tragam mais eficiência ao transporte aéreo”.
O combustível não é o único fator que o setor aéreo atribui para o preço alto das passagens. No ano passado, as entidades defendiam que o fim da franquia de bagagem despachada iria diminuir o valor dos bilhetes aéreos.
A desregulamentação da franquia permite que a pessoa escolha, por exemplo, se quer pagar pelo despacho de bagagem. Antes, o passageiro pagava pelo serviço mesmo sem utilizá-lo. Em maio de 2017, a resolução entrou em vigor.
A redução da incidência de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no querosene de aviação para voos domésticos é outra medida que poderia reduzir o valor das passagens, segundo o setor. De acordo com a Abear, o imposto varia de 4% a 25% nos principais aeroportos brasileiros.
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