Em Maceió, Branco critica CBF, lembra ‘água batizada’ e fala do futebol alagoano; ouça

Publicado em 06/01/2016, às 19h08

Redação

Ídolo nacional, o ex-jogador Branco visitou os estúdios da Rádio Pajuçara FM na tarde desta quarta-feira (6), conversou com o radialista Oscar de Melo, no programa Pajuçara na Hora, e com a equipe do Pajuçara Futebol Clube.

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Branco, que jogou na Seleção Brasileira de 1985 a 1995, foi tetracampeão mundial em 1994 e também atuou em clubes como Internacional, Grêmio, Fluminense, Flamengo, Corinthians e Porto-POR, além de clubes da Inglaterra, Itália e EUA, passou o réveillon na capital alagoana e fica até o final desta semana.

Na Rádio Pajuçara FM, Branco começou a conversa fazendo elogios a Maceió e ao povo alagoano. O ex-jogador de 51 anos, que também já foi dirigente de clube, da CBF e é ex-treinador de futebol, relembrou lances marcantes na Seleção Brasileira, revelou que Romário foi o maior jogador com quem já atuou, enquanto que Maradona foi seu maior adversário.

“Aquele safado do Maradona, perna de porco, me inventou uma água (‘batizada’) em 1990. Aliás, não foi ele quem me deu, foi o Galindo, massagista, e o treinador Bilardo, que armava as arapucas para os adversários. Eu fui babaca e caí. Senti um gosto ruim quando tomei a água e depois comecei a me sentir mal, fiquei meio tonto, com a aquela sensação de quando você chega ‘mamado’ em casa que o quarto começa a rodar”, disse, rindo das lembranças.

Ainda à Rádio Pajuçara FM, Branco também fez críticas aos atuais jogadores da Seleção Brasileira. “Eu não sei se os caras que estão na Europa hoje têm esse tesão de jogar na Seleção. Eu falo isso com propriedade porque joguei na Europa 10 anos e tinha um tesão grande para vir jogar na Seleção Brasileira. Um cara que tem cinco anos de contrato ganhando 30 milhões de euros ele tem vontade de pegar 12 horas de avião, ir para Quito jogar contra o Equador na altitude, depois voltar para a Europa? Não sei, tenho minhas dúvidas. Talvez por isso o Dunga tenha mesclado nas convocações. Praticamente 50% do time está jogando no Brasil”, afirmou.

Branco em 1994. Foto: Folhapress

O tetracampeão ainda citou o exemplo da Copa do Mundo de 2014, em que, segundo ele, o Brasil estava com uma equipe desorganizada e sem foco. “Eu não vi nenhum treinamento tático. Era só rachão, coletivo e vamo que vamo, muita festa, muita entrevista exclusiva, pessoal de TV gravando programa dentro da Granja Acomary. Eu nunca vi uma seleção cantar tão bem o hino como em 2014, mas não jogou p* nenhuma. Eu preferiria não cantar bem o hino e arrebentar em campo. O Brasil precisa repensar (seu futebol) e a base é o caminho. A Lei Pelé tem que mudar e proteger mais os clubes, porque os jogadores estão indo para fora muito novos”, ressaltou.

No final, Branco disse que não gostaria de ver um treinador estrangeiro na Seleção e citou Tite como um bom nome. Sobre o atual técnico Dunga, o ex-jogador afirmou que concordou e sugeriu seu nome em sua primeira passagem, antes da Copa de 2010, mas que Dunga não deveria ser o atual técnico, nem Gilmar Rinaldi o coordenador de futebol da seleção, por ele ser um empresário. “Gilmar é meu amigo, mas é como colocar raposa no galinheiro”, afirmou Branco, que ainda criticou dirigentes da CBF. “O que o (José Maria) Marin, com 83 anos, vai dizer ao neto dele? O que adiantou ele roubar o que roubou? O Marin é meu amigo, mas isso é uma vergonha”, completou.

Encerrando sua participação na Rádio Pajuçara FM, Branco disse que em Alagoas torce para o CSA. “Conheci o CSA, sou CSA, o CSA vai ser campeão estadual e vai para a Série D. Ganhei uma camisa maravilhosa do CSA. Com todo respeito ao CRB, que até construiu um CT muito bonito perto do Gunga, outro dia fui lá e acho que o caminho dos clubes é esse”, afirmou o ex-jogador da Seleção Brasileira.

Já em entrevista ao TNH1 e a equipe do Pajuçara Futebol Clube, Branco também revelou que vai voltar ao futebol em 2016, após passar um longo período como membro da imprensa em São Paulo e Rio de Janeiro. “Vou voltar para os campos, não sei se como gerente ou como técnico. Mas gostei muito da experiência como técnico”, disse.

Ouça a entrevista de 23 minutos à Rádio Pajuçara FM – Principais pontos abordados: falando dos alagoanos, futebol do Rio de Janeiro, momentos na Seleção Brasileira (Copas de 86, 90 e 94/ jogo contra a Holanda em que cavou falta, deu ‘mãozada’ e fez gol), ídolo Romário, rival Maradona, a ‘água batizada’ na Copa de 90, sua passagem pela CBF, crítica aos jogadores da Seleção atual, treinador da Seleção, críticas a dirigentes da CBF.

Confira também a entrevista de Branco à equipe do PFC, com pouco menos de 8 minutos – Principais pontos abordados: base é o futuro, seu começo no futebol gaúcho, dirigentes ‘enrolados’, sua paixão por Maceió, revelação de que vai voltar ao futebol em 2016.

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