Secom Alagoas
Circula nas redes sociais um vídeo com a informação de que uma médica teria dito que a ivermectina seria mais eficaz que a vacina contra a Covid-19. A informação é falsa. A fala da médica sobre remédio contra parasitas não citava vacinas e, por disseminar desinformação, foi retirada do ar pelo Youtube. O uso indiscriminado de ivermectina pode causar hepatite medicamentosa.
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A postagem mistura vários assuntos, todos eles sem embasamento científico ou fontes confiáveis. “Médica diz que ivermectina tem eficácia maior que vacina e pede para colegas ‘estudarem mais’: ‘vacina jamais atingirá imunização do medicamento’”(sic), diz o texto mostrado no vídeo com a foto da médica, mas sem identificá-la.
Essa desinformação começou a circular em maio de 2020, quando um vídeo da médica Lucy Kerr foi publicado no Youtube com a hipótese de que a ivermectina seria capaz de curar a Covid-19. A médica, que é especializada na operação de aparelhos de ultrassom, emitiu suas opiniões com base na observação de 20 pacientes seus que teriam feito uso do medicamento. Ela não levou em consideração qualquer estudo científico, apena as próprias observações, como apurou o projeto Comprova. O Youtube retirou o vídeo do ar quatorze dias depois da postagem por entender que promovia a desinformação.
A principal aplicação da ivermectina está na eliminação de parasitas como piolhos ou sarna humana. A farmacêutica Merck, uma das responsáveis pela fabricação da ivermectina no Brasil, informou que não há dados disponíveis que sustentem a eficácia do medicamento contra a Covid-19. A Agência Americana de Alimentos e Medicamentos (FDA, sigla em inglês), órgão de vigilância sanitária dos Estados Unidos, alertou sobre casos de efeitos colaterais após uso indevido do medicamento: “A FDA recebeu vários relatos de pacientes que necessitaram de cuidados médicos e até mesmo hospitalização, após se automedicarem”.
O compartilhamento de informações falsas incentivam a automedicação, o que pode provocar complicações de saúde, como alerta o presidente do Conselho Regional Farmácia de Alagoas, Robert Nicácio. “A ivermectina é um antiparasitário de baixo potencial de toxicidade desde que ele seja indicado e usado da forma correta, contudo, o que se tem observado é uso indiscriminado deste medicamento e o resultado tem sido hepatite medicamentosa em alguns pacientes”, informou.
Por outro lado, além da comprovação científica sobre a eficácia das vacinas disponíveis para a imunização, os dados também atestam os benefícios do imunizante. Na medida em que a imunização avança, o número de casos e mortes apresenta redução. No Brasil, por exemplo, há registros de quedas nos casos diários nas últimas semanas, como aponta o levantamento do consórcio de veículos de imprensa.
O conteúdo falso voltou a circular com uma opinião antiga do jornalista Alexandre Garcia. Ele cita, por exemplo, a suspensão temporária da vacina na União Europeia, mas a vacinação retornou na sequência após a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) avaliar e anunciar a eficácia e segurança da vacina.
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