Edson Moura
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O que uma motorista por aplicativo e uma dona de oficina tem em comum? Polianna e Juliana deram um passo que cada vez mais brasileiras tem dado: se tornando empreendedoras.
A oficina é dela!
Polianna Andrade é dona de uma oficina de funilaria e pintura há 6 anos. Mesmo enfrentando muito preconceito no segmento que até hoje é dominado por homens, ela conseguiu seu espaço no mercado.
“No início eu trabalhava com meu irmão na oficina dele e quando senti que era possível decidi empreender na minha própria oficina há 6 anos. No inicío foi muito difícil ocupar meu lugar no mercado, mas mostrei minha capacidade e os clientes conheceram meu trabalho” – afirma Polianna.
E como dona ela abriu espaço para outras mulheres em postos que antes eram ocupado por homens. Lidian Fontan é o maior exemplo. Hoje ela é orçamentista e faz o controle de qualidade na hora da entrega dos veículos. Ou seja, tanto quando o carro chega quando o carro sai da oficina, passa por ela. E ser liderada por uma mulher faz toda a diferença para ela:
“Eu sempre procurei conquistar espaço nesse ramo automotivo, que muita gente ainda acha que é só para homens. Em outras oficinas eu sempre fui liderada por homens e era muito difícil aceitar mulheres em cargos que fossem de liderança. Aqui foi uma realização, ser liderada por uma mulher que dá oportunidade a outras mulheres.” – explica Lidian.
Além de Lidian, Poliana ainda tem uma mulher no setor financeiro da oficina e só não tem mulheres com mão na massa na funilaria e pintura por falta de profissionais qualificadas:
“Eu procuro mulheres mas é muito dificil nesse segmento, só aparecem homens para as vagas na parte de funilaria e pintura. Faltam cursos, capacitações que incentivem as mulheres a ocuparem esses espaços. Uma mulher capacidada faz igual ou até melhor que muitos homens.” – finaliza Polianna
Motorista e designer de bijuterias
Assim como Polianna, Juliana é outra prova que mulher pode empreender também no segmento. Motorista por aplicativo há 2 anos, Julianna Ferreira e Silva uniu duas paixões: dirigir e fazer bijuterias.
“Eu amo dirigir, trabalho como motorista por aplicativo não somente pela necessidade, mas também porque gosto. E após uma ideia de uma amiga resolvi expor no carro as peças de bijuterias que produzo e vendo já nas redes sociais há um bom tempo. “ – explica Juliana
A união foi perfeita. Basta entrar uma passageira no carro que ela já mostra os modelos de pulseira e oferece ainda entrega em casa se a cliente escolher outro modelo que ela não tenha na hora. Formalizada, ela tem máquina para passar cartão e nem cobra taxa de entrega quando é no bairro em que mora.
Dados comprovam: mulheres empreendem cada vez mais
Mesmo sendo um grande desafio para as mulheres empreender no segmento automotivo, em outros setores a participação é cada vez maior e a formalização delas tem aumentado no Brasil.
No ano passado atingiu-se o recorde de mulheres donas de negócios: mais de 10 milhões de empreendedoras, contra quase 20 mil homens. Segundo o Sebrae, no Brasil são 34,4% de empreendedoras mulheres contra 65,6% de homens.
Dados: Sebrae
Os números ainda parecem distante, mas o fato é que nunca estiveram tão próximos, como reforça Érica Pereira, gestora do programa Sebrae Delas no Sebrae Alagoas:
“Na última pesquisa do Sebrae nacional os números cresceram consideravelmente em relação aos anos anteriores. Por conta da pandemia, muitas mulheres perderam seus empregos e decidiram empreender como possibilidade de suprir as necessidades.” – explica Érica.
Outro dado importante é que 78,1 % das mulheres empreendedoras afirmam que se tornaram empreendedoras para serem independentes.
Dados: BeLabs
Para ajudar e orientar as mulheres que decidem empreender, o Sebrae conta com o programa Sebrae Delas com capacitações, cursos, oficinas e palestras gratuitas para as mulheres.
“Negócios tradicionais parecem mais do mesmo, no programa a gente trabalha diferenciais para que elas tenham mais possibilidades de sucesso” – finaliza Érica
Para participar do projeto basta acessar o instagram do Sebrae-AL (@sebraealagoas) ou ligar para o 0800 570 0800.
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Reportagem Especial: Edson Moura
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