TNH1
O DJ Thomas Willian dos Santos, 32 anos, esfaqueado durante um roubo na Avenida da Paz, em Maceió, há nove dias, segue em recuperação na enfermaria do Hospital Geral do Estado (HGE) e deve receber a Polícia Civil nesta quarta-feira, 17, para ser ouvido sobre a tentativa de latrocínio. Até o momento, o suspeito não foi localizado.
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O vídeo do crime repercutiu na última semana e mostra o momento em que Thomas correu para fugir do assaltante, porém foi alcançada e esfaqueada por ele. As imagens fortes foram gravadas por câmeras de um condomínio e a polícia está em busca do agressor.
Em depoimento dado para familiares, e compartilhado com a redação do TNH1, o DJ contou detalhes da abordagem do criminoso, que começou com um pedido por cigarro e terminou com as facadas que deixaram a vítima caída na avenida na madrugada do dia 8 de maio.
"Foi muito rápido. Eu fui numa boate que toquei lá por um tempo como DJ, revi os amigos, toquei um pouco, e quando deu 2h30 da manhã, por aí, eu decidi ir embora para casa. Eu não tinha dinheiro suficiente para ir de Uber. E optei por ir caminhando até a Praça da Faculdade, para pegar o "corujão", porque também ficar parado no ponto tarde da noite seria perigoso", iniciou Thomas.
"No percurso, me deparei com o indivíduo do outro lado da pista. Ele me pediu um cigarro, e em seguida pediu R$ 5 para comprar "um negócio ali", desse mesmo jeito. Eu disse que tinha pouco dinheiro e pedi desculpa porque não tinha para ele. Comecei a andar rápido para me distanciar, e não quis atravessar logo a pista, para não deixar claro para ele que eu estava com medo", continuou o DJ.
Nesse momento, a vítima destacou que percebeu que seria atacada e, por isso, correu para tentar escapar. "A minha suspeita, de ele olhar com jeito estranho, como se quisesse fazer algo, ela era real. Quando olhei de novo, ele já estava se aproximando com rapidez e com uma faca na mão. E ele já foi logo dizendo para eu dar tudo o que tinha no bolso, e para eu ir no sentido da orla. Aí eu disse: "tá louco, mano?", e comecei a correr. Eu julgava que seria mais rápido que ele correndo, mas infelizmente...", contou.
Thomas afirmou ainda que resistiu enquanto pôde ao ataque do assaltante, mas após receber um golpe de faca ficou sem forças. "Eu lembro que desviei dele, caí, levantei, dei pontapé, até ele dá uma facada. Quando ele me acertou, eu senti o corpo dormente e caí no chão desnorteado, com a respiração fraca. Depois disso, eu lembro que ele mexeu em mim, colocou a mão dentro da minha cueca, me revistou todinho. Escutei barulho de sacola, ele reinando. Em seguida, vi ele correndo", explicou.
"Pensei que não ia conseguir", diz vítima - O DJ também contou sobre a chegada ao hospital e recordou que estava com dificuldade para respirar, o que fez temer pela morte. "Cheguei no HGE muito mal, e em um momento eu achei que não ia conseguir [sobreviver] pela questão de falta de ar muito grande, porque a facada afetou a minha parte respiratória", disse.
O rapaz reforçou que passa bem no momento, mas ainda não sabe quando vai receber alta médica. "Graças a Deus estou recuperando a respiração normalmente. Segundo os médicos, quando menos desinchar a parte afetada, mais possibilidade eu tenho para me recuperar".
Antes de ser encaminhado ao HGE, o DJ lembrou que ficou sozinho por cerca de 20 minutos, até a aproximação de trabalhadores que estavam em um carro de uma empresa, que perceberam o homem caído na rua.
"Demorou cerca de 20 minutos e uns rapazes da BRK pararam, quero até agradecer porque se não fossem eles, eu não sei se eu teria sobrevivido, pela questão do tempo, que foi longo até o socorro. Se eles não tivessem parados, eu não sei o que teria acontecido. Alguns carros passaram antes deles, e nenhum motorista parou. Aí depois, eu lembro que fui direto para o oxigênio quando o Samu chegou".
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