Folha de Pernambuco
Com o planejamento de quitar todas as dívidas em um prazo de 10 anos, o Santa Cruz utiliza estratégias para balancear seus recursos financeiros visando um 2020 equilibrado dentro e fora das quatro linhas. Se de um lado as dívidas e bloqueios judiciais seguem atrapalhando a vida do Tricolor, do outro uma velha conhecida da torcida permanece atuando efetivamente no cotidiano do clube: a Timemania. Criada em 2008, a loteria continua sendo uma das receitas fixas mais importantes para a Cobra Coral.
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É através desta receita que o Santa Cruz consegue honrar parte dos débitos tributários e trabalhistas de forma parcelada. Segundo o coordenador do Núcleo de Gestão do clube, Roberto Freire, as dívidas beiram entre R$ 250 milhões a R$ 300 milhões. Entre os acordos feitos pelo Tricolor, o dirigente explica como são distribuídas boa parte das receitas que chegam ao clube."Até dezembro deste ano, os únicos fixos (valores) são os que vão para a Justiça do Trabalho e pagamento da parcela do Banco Central. Os outros vão para a Procuradoria Geral da Fazenda, Receita Federal, pagamento de tributos previdenciários e FGTS".
Dos 80 clubes que figuram no cartel da loteria, os 20 melhores classificados recebem 65% da receita repassada pela Caixa ao final de todo ano. Por cinco anos consecutivos, o clube coral terminou a temporada fazendo parte do G20. Nesse aspecto, a receita proveniente da Timemania gira em uma média de R$ 2,4 milhões anuais, montante que, segundo o coordenador do Núcleo de Gestão, é usado integralmente para o cumprimento dos acordos supracitados.
"O Santa já está planejado até dezembro de 2020. O que pode acontecer é a gente faturar mais por conta das ações estratégicas que temos em mente. Aumentando o faturamento, vamos investir no futebol", complementou, sem especificar quais ações estratégicas são essas, mas revelando que a despesa mensal do clube, hoje, representa cerca de 60% do faturamento - R$ 450 mil para o futebol e R$ 150 mil para as outras áreas do clube.
A projeção do Tricolor é quitar todos os débitos relacionados ao FGTS em até cinco anos. Referente ao passivo total do clube, Freire concluiu dizendo que a expectativa é subtrair o valor integral em até 10 anos.
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