Dilma e presidente da Bulgária retomam conversa sobre Conselho de Segurança

Publicado em 01/02/2016, às 14h42
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Redação

Lembrando sua origem búlgara e fazendo uma pequena saudação em búlgaro, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira 1, após encontro com o presidente da Bulgária, Rosen Plevneliev que os dois países retomaram as conversas para a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e também discutiram uma forma de agilizar o acordo bilateral entre o Mercosul e a União Europeia.

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"À luz do quadro de insegurança internacional retomamos nossa conversa a respeito de reformar o Conselho de Segurança da ONU, a fim de que suas ações sejam mais eficazes e representativas", disse. "Estamos certos que essa visita trará ainda avanços concretos nas nossas relações bilaterais. E também fará avançar as relações entre Mercosul e União Europeia", disse a presidente em cerimônia no Palácio do Planalto. 

Plevneliev afirmou que a Bulgária pode ser a porta de entrada da União Europeia para o Brasil, assim como o Brasil pode ser a porta de entrada do Mercosul para a Bulgária. "Faremos todo o possível para que isso aconteça", afirmou, destacando que pretende em sua visita convencer empresários brasileiros a investir em seu país. "Temos vontade política muito forte para ampliar relações", disse, destacando a importância da figura de Dilma para as boas relações. 

Os dois governos assinaram um acordo de Previdência Social que visa facilitar a vida de residentes brasileiros na Bulgária e vice-versa. Além disso, foi assinado um Memorando de Entendimento entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e o Ministério da Educação e da Ciência da Bulgária.

Segundo a presidente, a conversa tratou ainda sobre formas de revigorar fluxos comerciais entre os dois países. "Discutimos todas as variáveis de investimento e diversificação do comércio" afirmou. No ano passado, o comércio bilateral Brasil-Bulgária foi de US$ 161 milhões, com queda de 34% em relação ao ano anterior (US$ 243 milhões). Segundo o governo, o Brasil registrou saldo comercial de US$ 75 milhões em 2015, redução de 55% (US$ 168 milhões em 2014). 

Dilma disse ainda que os dois mandatários "convergiram" sobre a necessidade de se encontrar uma "solução política e abrangente para o conflito na Síria" e para a questão dos refugiados. 

No fim do discurso, Dilma convidou o presidente e sua delegação para visitarem o Brasil durante os Jogos Olímpicos, que acontecem em agosto, no Rio de Janeiro. A visita de Plevneliev ao Brasil atende a um convite da presidente Dilma feito no encontro bilateral durante a Cúpula Celac-UE, em Bruxelas, e em reciprocidade à visita da presidente a Sófia, capital da Bulgária, em outubro de 2011. Segundo informações do governo, após a visita, o fluxo de comércio entre os dois países atingiu recorde histórico em 2012, com a operação de leasing de nove jatos comerciais E-190 da Embraer pela Bulgaria Air. 

Após a declaração à imprensa, Dilma e o presidente da Bulgária participam de um almoço no Palácio do Itamaraty. A comitiva do presidente da Bulgária, composta por empresários dos setores farmacêutico, petrolífero, informático e do agronegócio, deve permanecer três dias no País. O presidente Plevneliev participará de encontros empresariais nas sedes da CNI, em Brasília, e da Fiesp, em São Paulo. Além disso, será recebido pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e encontrará a comunidade búlgara em São Paulo.

Origens

Filha de pai búlgaro, Dilma disse que a visita de Plevneliev tinha "um significado especial" para ela. "Como todos sabem tenho uma parte búlgara, a metade", afirmou. O presidente da Bulgária também destacou o fato de Dilma ter ligação com o seu país. Disse que o povo búlgaro sente "simpatia especial" pelo Brasil e que tem "muito orgulho" das origens da petista.

Quando esteve na Bulgária, em outubro de 2011, Dilma visitou a cidade natal do pai, Gabrovo, onde se encontrou com parentes. Petar Rousseff emigrou da Bulgária para a França em 1929 e depois foi para o Brasil, passando pela Argentina. Aqui ele adotou o nome de Pedro Rousseff. Ele deixou para trás a mulher, que estava grávida, e outros familiares, que pensaram que ele tivesse morrido.

Somente em 1948 sua mãe, Tsana, recebeu uma carta dele, anunciando que tinha se casado com uma brasileira e tido três filhos, entre eles Dilma. A presidente nunca chegou a conhecer seu meio-irmão búlgaro, Lyuben, que morreu em 2007.

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