Dificuldade para ter o segundo filho? Entenda a infertilidade secundária

Publicado em 07/02/2024, às 15h47
Foto: Reprodução/Freepik -

Estado de Minas

Muitas mulheres acreditam que o fato de já terem um filho seria uma garantia de uma segunda gravidez. No entanto, a realidade é que, em muitos casos, a chegada do segundo filho pode não ocorrer tão rapidamente quanto o esperado. A especialista em reprodução assistida, Cláudia Navarro, explica que a infertilidade secundária, como é conhecida, envolve uma série de fatores.

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Um desses fatores pode ser o intervalo entre as gestações. Pode ocorrer que, durante esse período, haja mudanças tanto no corpo da mulher, quanto no do parceiro, que afetam a fertilidade. Cláudia Navarro destaca que a idade também pode ser um fator que dificulta uma segunda gravidez. A capacidade reprodutiva feminina diminui significativamente após os 35 anos. Então, uma mulher que teve seu primeiro filho jovem, pode encontrar dificuldades para conceber novamente após essa idade.

Outra possibilidade é o surgimento de miomas ou pólipos no útero. Os miomas uterinos são tumores benignos e muito comuns. Segundo a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o mioma atinge cerca de 50% das mulheres ao longo da fase reprodutiva. Os sintomas mais comuns são dor pélvica e sangramento uterino anormal. Apesar de serem comuns, os miomas raramente são a causa da infertilidade. Por isso, é preciso que se pesquise outros fatores que possam estar contribuindo com a infertilidade.

Problemas com o sêmen do parceiro também devem ser considerados. Por algum motivo, como infecções e traumatismos locais, a qualidade do esperma pode ser afetada. “A concentração de espermatozoides pode diminuir ou eles podem ter alterações na motilidade. Por isso, mesmo aqueles homens que já são pais devem fazer o espermograma, além dos exames habituais da mulher”, explica a médica.

Cláudia Navarro lembra que, após um ano de tentativas sem sucesso, o casal deve buscar ajuda médica, caso a mulher tenha até 35 anos. Para casais em que a mulher tem acima dos 35 anos, a espera deve ser de apenas 6 meses. “E é importante lembrar que a infertilidade afeta tanto homens quanto mulheres, portanto, ambos devem realizar exames”, afirma.

Cuidado psicológico

Além das questões físicas, é importante cuidar da saúde mental durante esse processo. A especialista ressalta que é comum que as mulheres enfrentem frustração e uma série de emoções ao perceberem que não estão conseguindo engravidar novamente. “Elas, muitas vezes, chegam a essa jornada com expectativas elevadas e acreditam que será fácil conceber novamente”, diz a médica.

Assim, quando meses se passam e a gravidez não ocorre, a mulher começa a se questionar e a se perguntar por que isso está acontecendo. “É nesse momento que o apoio psicológico pode ser extremamente importante", afirma.

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