Correio Braziliense
Se Rita Lee estiver certa, amor é prosa e sexo é poesia. Neste caso, o orgasmo talvez navegue entre os dois. E o momento de intensidade e prazer sexual tem um dia só dele: 31 de julho. Mas, para muitas mulheres, ainda não há o que comemorar. Um estudo do departamento de Transtornos Sexuais Dolorosos Femininos da Universidade de São Paulo (USP) concluiu que 55% das brasileiras não têm orgasmo durante o sexo.
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Para os especialistas, isso se explica pela lógica falocêntrica, isto é, a ideia equivocada de que a penetração é a principal forma de se ter prazer. Estudos, no entanto, mostram que esta forma está em quarto lugar no ranking do prazer, perdendo para o sexo oral, a estimulação do clitóris pelo parceiro e a masturbação.
De acordo com a sexóloga e psicanalista Lelah Monteiro, as mulheres ainda têm muita dificuldade de se permitir e se entregar. Outro fator prejudicial é a falta de comunicação entre os parceiros. Para a profissional, as jovens têm mais facilidade e liberdade de abordar a questão. Movimentos coletivos de libertação de preconceitos vêm ajudando nisso. A sexóloga reforça: é fundamental existir permissão e entrega.
Muitas mulheres mais velhas, por terem vivido uma educação mais repressora, talvez nunca tenham conhecido o orgasmo e, quando vivem relacionamentos não satisfatórios há muitos anos, naturalizam a situação.
Com a separação, elas acabam encontrando o prazer nos braços de um parceiro mais jovem. Os homens mais velhos, por outro lado, quando em relacionamento com mulheres mais novas, dedicam-se a agradá-las.
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