Dez municípios da Zona da Mata podem ficar sem serviço do Corpo de Bombeiros

Publicado em 25/12/2021, às 11h16
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Gilson Monteiro

Dez municípios da Zona da Mata, cortados por duas rodovias (BR-104 e BR-101) e altos índices de acidentes correm o risco de ficar sem os serviços dos Bombeiros. Com o contrato do imóvel da sede, em União dos Palmares, vencendo no último dia do ano, as perspectivas é de que os 55 militares e as 3 viaturas que formam o 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros se reduza a uma única equipe que vai precisar se espremer numa sala cedida pelo Hospital Regional da Mata (HRM). Mas para a corporação, a visão é de que o local improvisado não vai resolver e o risco real é de que o 3º GBM fecha as portas. 

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Em reportagem desta quinta-feira, 23, do TNH1, a Prefeitura da cidade, responsável pela locação do imóvel, garantiu que vai conseguir um outro prédio, mas até agora não foi encontrado um espaço adequado. Mas a situação de quase despejo surgiu quando o proprietário do imóvel decidiu não renovar o contrato. Desde então, os militares disputam espaço com as obras que vão transformar o local em uma galeria para pequenos negócios. As imagens abaixo do 3º BPM à época da inauguração, em 2015, e atualmente, mostram como o espaço foi reduzindo, deixando os profissionais espremidos em uma lugar insalubre, dividindo espaço com material de construção e trabalhadores da obra.

“A localização do 3º GBM não foi à toa, é estratégica. Hoje fazemos na região o maior número, no estado, de atendimentos de acidentados presos a ferragens, já que cobrimos duas BR’s. Há uma importância muito grande por conta do tempo de resposta do socorro, que tem sido eficiente e rápida por conta da localização estratégica. Aqui acontecem acidentes muitos complexos, frequentemente acionamos o helicóptero, e não podemos ficar sem esse Batalhão,”, afirma o major Luciano Virtuoso, em conversa com o TNH1.

Segundo relatório oficial do Corpo de Bombeiros de Alagoas, em novembro, os profissionais atenderam a 109 ocorrências. Somente de incêndios foram 26 chamados. Outros 61 foram somente de atendimentos pré-hospitalares, geralmente socorrendo acidentados de trânsito. O relatório aponta ainda 22 ocorrências de busca e salvamento.

Projeto de sede própria chegou a ser licitado mas nunca foi a frente

Apesar de hoje o futuro ser incerto, um primeiro projeto, ainda de 2016, para a construção de uma grande sede do 3º GPM em um terreno de 50mx50m doado pela Prefeitura de União chegou a ser licitado, mas nunca virou realidade.

O major Luciano, que esteve a frente do projeto, diz que a gestão municipal cedeu o terreno, com a provação da Câmara de Vereadores, mas havia um prazo de dois anos para a construção, que venceu agora em outubro de 2021.

“Trabalhamos nesse projeto desde 2016, um ano após a implantação do 3º GPM. Houve a licitação, uma empresa foi escolhida para a construção, mas isso nunca foi a frente. O motivo eu não conheço. Quando a Câmara aprovou a cessão do terreno, foi dado um prazo de 2 anos para a construção, e eu pedi que esse prazo fosse prorrogado por mais dois anos, e esse prazo também já venceu agora em outubro, infelizmente. Com isso, o terreno voltou para o patrimônio do município", explicou o major à reportagem do TNH1.

Planta do prédio que chegou a ser licitado, mas nunca saiu do papel

SSP anuncia CISP, mas ainda sem prazo 

Com a ameaça de despejo cada vez mais próxima, a população se mostra apreensiva na iminência de perder um importante equipamento de segurança pública. O TNH1 ouviu a Secretaria de Segurança Pública sobre os problemas enfrentados pelo 3º GPM e o que está sendo feito, mas as respostas não apontam para uma solução rápida. 

Questionada, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) não apontou uma solução imediata para a ameaça de despejo, mas disse que está em discussão a instalação de um Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) do tipo 3, que abrigará o Bombeiro, Polícia Militar e Polícia Civil. O problema? A perspectiva é para que o projeto se concretize em 2022, mas sem data precisa.

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