Descubra o professor a quem os alunos não enganam

Publicado em 11/12/2016, às 23h30

Redação

Existe uma sala de aula capaz de medir em tempo real o nível de atenção dos alunos, seu estado de ânimo ou se o conteúdo que o professor está apresentando os entedia. "É a aula do futuro e já está aqui", conta Martin Boehm, decano de programas do IE Business School, a escola de negócios que lançou a chamada WOW Room (sigla em inglês de Window on the World, janela para o mundo). Chama-se assim porque não é uma aula comum, com cadeiras, mesas e uma lousa. É uma espécie de set de televisão com uma tela digital gigante de 45 metros e visão 200 graus a que 60 estudantes podem se conectar ao mesmo tempo de diferentes partes do mundo.

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"Existe uma teoria em psicologia que afirma que em diferentes culturas, momentos históricos e grupos étnicos todos compartilhamos seis emoções básicas. Independentemente de onde se viva ou quem seja, o rosto expressa esses estados da mesma maneira", explica Jolanta Golanowska, diretora de Learning Innovation do IE. Para isso, a empresa tecnológica SyncRTC, com sede em Madri e no Vale do Silício, desenvolveu um software que mede o estado de ânimo do estudante com base em 20 indicadores faciais. Felicidade, tristeza, surpresa, tédio, medo ou rejeição. Esses são os estados mensurados pelo software.

Aprender ao contrário é mais eficaz

A grande diferença entre a sala de aula virtual clássica e a WOW Room é o papel do professor. Enquanto na primeira ele se limita a ficar sentado na frente do seu computador, com uma capacidade de movimento limitada, neste novo espaço o docente dispõe de uma plataforma rodeada de telas e de uma câmara que segue seus passos. "Desse modo a interação é mais eficaz, o docente pode transmitir sua paixão de uma forma mais natural", aponta Martin Boehm. Segundo um estudo realizado pela Coursera, plataforma de cursos online lançada pela Universidade de Stanford em 2011, a eficácia da aprendizagem online depende, em grande medida, do carisma do professor. A sala de aula virtual, a única do tipo na Europa (a sala de aula HBX Live de Harvard é o que mais se aproxima), permite comprovar os buracos de atenção dos estudantes e inclusive compará-los com seu rendimento acadêmico para ver, por exemplo, se os que conseguem melhores resultados são os que prestam mais atenção na aula. "O que fazemos é pôr o vídeo da aula em uma linha de tempo e, na parte inferior, os gráficos que mostram as emoções dos estudantes em diferentes momentos", assinala Golanowska.

A partir de janeiro, a WOW Room reproduzirá situações reais em que participarão 100 professores e mais de 1.000 alunos de pós-graduação e MBA de 130 países durante o primeiro ano. Os estudantes, que podem se conectar com seus celulares ou tablets, tomarão decisões sob pressão em tempo real ou enfrentarão crises empresariais.

"Outra novidade da sala de aula é que, graças aos gráficos de atenção, os professores podem modificar o conteúdo de suas aulas com base em dados reais", acrescenta Golanowska. Os tempos de discursos enfadonhos têm os dias contados.

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